JSL (JSLG3) lucro sobe 25% no 3T24; ‘Selic chove para todo mundo; precisamos ser mais competitivos’, diz CEO
A JSL (JSLG3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 72 milhões no terceiro trimestre de 2024, alta de 25% ante o mesmo período do ano passado e melhora de 120% em relação ao segundo trimestre, mostra documento enviado ao mercado nesta quarta-feira (6).
Em entrevista ao Money Times, o CEO da companhia, Ramon Alcalaz, cita três fatores que influenciaram os números. São eles:
- economia pujante,
- modelos de gestão em aperfeiçoamento,
- e o efeito dos contratos, que prejudicou o segundo trimestre e ajudou o terceiro;
No caso do terceiro ponto, Alcalaz diz que antes de receber o dinheiro, a empresa eleva gastos com a contratação de pessoas, o que gera impactos nos lucros e nos custos.
“Quando esses projetos vão sendo implementados, nos primeiros meses, basicamente, ele machuca um pouco o resultado final, porque é necessário contratar as pessoas antes da receita, comprar os ativos, e isso depois entra no custo normal. No segundo trimestre, teve uma concentração dessas implantações”, diz.
Ele recorda que em nove meses, a companhia já fechou R$ 4,5 bilhões em contratos, enquanto no ano passado inteiro, o número foi de R$ 4,4 bilhões.
“Empilhamos contratos, a cada trimestre se divulga novos contratos que são celebrados, este trimestre, inclusive, estamos divulgando R$ 2,2 bilhões em novos contratos. É uma notícia ótima, porque é o que garante o crescimento futuro”, diz.
A receita líquida somou R$ 2,5 bilhões, elevação de 17%, enquanto o Ebitda, que mede o resultado operacional, ajustado subiu 18,7%, a R$ 466 milhões.
“A satisfação não é só em ter gerado os resultados, mas é em dar credibilidade para aquilo que se vem falando trimestre a trimestre. É um trabalho feito há quatro anos, de uma gestão mais austera de custos, trabalhando sempre na eficiência, trabalhando, no máximo, na gestão de custos”
JSL: Impacto da Selic
Sobre como a alta dos juros pode impactar a companhia, Ramon diz que o novo ciclo é diferente do vivido em 2021 e 2022, quando a Selic saiu 2% para 13,75%.
“Aquilo [a alta] realmente chacoalhou o bambuzão. Já essas mudanças previstas, olha, a taxa Selic vai aumentar a 0,25, vai aumentar a 0,5, pode chegar a 11%, a 12%, isso não é nada do que já estamos acostumados, vamos combinar”, diz,
Ele reforça que a companhia não gostaria de ver a Selic em alta (a expectativa é que o novo ciclo chegue a 12%), mas também não é “nada do que já não se esteja acostumado e preparado”.
“Anunciamos em fevereiro desse ano debêntures a um spread menor, e isso acaba sendo uma proteção para esse aumento da Selic. Uma outra coisa super importante a ser dita é o seguinte: não chove só para nós, a Selic é igual para todo mundo, então, o que é necessário? Ser mais competitivo do que os concorrentes”, argumenta.
A grande preocupação, de acordo com o CEO, é o efeito que isso poderia ter na economia.
“Se a economia começa a esfriar, evidentemente, isso pode nos prejudicar como um todo. Mas o que estamos vendo é o contrário disso, o aumento da Selic está sendo divulgado há tempos, e a economia vem crescendo de forma consistente, em vários segmentos diferentes, e não há motivo para mudar esse cenário a curto prazo”, completa.
Para o quarto trimestre, a JSL não observa nenhuma mudança drástica no cenário. “Claro, ao falar em PIB, há um universo grande de segmentos, mas dentro dos segmentos em que atuamos, estamos otimistas”.