JPMorgan vê última grande alta de juros do Fed em setembro
O Federal Reserve deve fazer o último grande aumento de juros em setembro e isso criará as condições para as ações americanas continuarem a subir no segundo semestre, de acordo com estrategistas do JPMorgan.
“Esperamos outra alta grande do Fed em setembro, mas depois esperamos que o Fed não surpreenda os mercados com um movimento hawkish novamente”, estrategistas liderados por Mislav Matejka escreveram em nota na segunda-feira. Eles esperam que o equilíbrio entre crescimento e política monetária melhore daqui em diante e “ajude o mercado em geral a continuar se recuperando”.
Os estrategistas estão entre os mais otimistas e esperam que as ações de crescimento sensíveis a juros mantenham seu desempenho superior às ações de valor, mesmo que os investidores continuem preocupados com a possibilidade de o Fed permanecer em uma trajetória hawkish.
Sinais mistos de autoridades do Fed na semana passada sobre as perspectivas para os juros levaram o S&P 500 a quebrar uma sequência de quatro semanas de ganhos.
Estrategistas do Goldman Sachs concordam que as trajetórias de inflação e de crescimento vão ditar o rumo das ações no segundo semestre. Mas eles veem espaço limitado para mais ganhos depois que as ações americanas tiveram a melhor alta de verão já registrada. “É quase certo que novos temores sobre a perspectiva de uma recessão vão desfazer esse rali recente”, disse o estrategista David J. Kostin em nota.
A atenção do mercado esta semana se voltará para o simpósio do Fed em Jackson Hole, onde o presidente Jerome Powell terá a oportunidade de redefinir as expectativas do mercado para o aumento de juros. As ações de tecnologia sofrem mais com os juros mais altos, com um desconto maior no valor presente de lucros futuros, o que prejudica os papeis com múltiplos mais altos.
O Nasdaq 100 subiu mais de 20% em relação à mínima de junho, com o recuo nos rendimentos de títulos e apostas que o Fed suavizará seus aumentos de juros, mas o índice voltou a cair na semana passada após quatro semanas de alta. Mark Haefele do UBS Global Wealth Management desaconselhou apostar em uma recuperação, já que os múltiplos ficaram caros novamente.
“Sugerimos que os investidores aproveitem o rali em tecnologia para reduzir o posicionamento acima dos níveis recomendados e aliviar a exposição do portfólio a nomes de beta alto, reequilibrando fundos para nossas áreas preferenciais do mercado, como valor e renda de qualidade”, disse Haefele em nota.
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