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JPMorgan vê riscos locais atrasando recuperação da bolsa brasileira

27 jun 2022, 11:33 - atualizado em 27 jun 2022, 11:33
Ibovespa futuro
Apesar do ajuste, tal prognóstico ainda sugere uma alta de quase 27% em relação ao fechamento do Ibovespa na última sexta-feira, a 98.672,26 pontos (Imagem: Reuters/Rahel Patrasso)

Estrategistas do JPMorgan veem questões domésticas atrapalhando uma melhora do mercado acionário local nos próximos meses, a despeito de um esperado ambiente global mais positivo, segundo relatório a clientes nesta segunda-feira.

“Nosso ponto de vista otimista em relação ao Brasil sempre foi baseado na história global… No entanto, acreditamos que os próximos meses serão dominados pelo fluxo de notícias doméstico, que geralmente não é uma fonte de boas notícias”, afirmaram.

Eles revisaram recentemente o cenário-base para o Ibovespa no final do ano para 125 mil pontos, de 133 mil pontos anteriormente.

Apesar do ajuste, tal prognóstico ainda sugere uma alta de quase 27% em relação ao fechamento do Ibovespa na última sexta-feira, a 98.672,26 pontos.

Entre os componentes locais que afetarão os mercados no segundo semestre, eles citam o ressurgimento do risco fiscal e as eleições, assim como o eventual fim do ciclo de alta de juros e uma esperada desaceleração do crescimento econômico.

“A narrativa local provavelmente é um solavanco no que talvez seja a melhor oportunidade de valor dentro dos mercados emergentes considerando o cenário global, mas impedirá que os mercados melhorem nos próximos meses”, escreveram Emy Shayo Cherman e equipe, no relatório.

Para eles, as ações brasileiras devem recuperar os níveis mais altos registrados no primeiro semestre, mas isso só deve ocorrer após as eleições, quando o efeito global se consolida.

No cenário externo, os estrategistas elencam como fatores para o movimento dos mercados no segundo semestre a recuperação macro e dos mercados na China, o pico de uma postura mais agressiva com juros nos Estados Unidos e sustentação de preços elevados de commodities.

“Nossa recomendação é não ser muito aventureiro: posicionar-se em valor (matérias-primas, setor financeiro), serviços de utilidade pública (também valor) e consumo defensivo (supermercados, drogarias). Embora tenhamos energia em nosso portfólio, a história local é muito complicada.”

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