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JPMorgan vê espaço para grande rali em juros no Brasil até 2024

31 ago 2022, 12:31 - atualizado em 31 ago 2022, 12:31
JPMorgan
A questão mais importante para a aposta do JPMorgan funcionar é se o Banco Central embarcará em um grande ciclo de corte de juros em 2023, disse Siddiqui (Imagem: Bloomberg)

O JPMorgan aderiu a uma aposta otimista no mercado de juros do Brasil, vendo espaço para um “rali significativo” ao longo dos próximos 18 meses, mesmo com a expectativa de uma eleição presidencial barulhenta que ocorrerá em cerca de 30 dias.

Saad Siddiqui, diretor e estrategista de mercados emergentes do banco, disse que os juros do Brasil são bastante atraentes, já que o nível das taxas nominais e reais está muito elevado e o Banco Central sinalizou que está perto do fim do ciclo de aperto.

Além disso, a inflação dá sinais de queda, o que abre espaço para a recente queda das taxas locais de mercado se prolongar por até um ano e meio.

A questão mais importante para a aposta do JPMorgan funcionar é se o Banco Central embarcará em um grande ciclo de corte de juros em 2023, disse Siddiqui.

Os operadores financeiros já precificam uma flexibilização de mais de 2 pontos percentuais para 2023 e economistas consultados pelo BC diminuíram as projeções de IPCA para 2023 pela segunda vez consecutiva, para 5,30%, de acordo com o Boletim Focus.

“Temos sinalizado em nossas recomendações que o mercado de juros no Brasil parece muito atraente”, disse Siddiqui, que recomenda neste contexto aplicar juros e comprar títulos brasileiros de moeda local.

Segundo ele, os juros do Brasil são os preferidos entre a América Latina e estão bem posicionados também entre os países de alto rendimento.

Os fundamentos de duration — ou seja, a sensibilidade à variação das taxas de juros, que é maior no caso dos títulos mais longos — estão melhorando no Brasil com a perspectiva de inflação e a proximidade do fim do aperto.

O JPMorgan antes expressava uma visão construtiva nos juros do Brasil com posições que ganhavam com o “achatamento” da curva doméstica — diferencial menor entre as taxas futuras de curto e médio prazo. Há cerca de três semanas, o banco converteu esta recomendação em apostas de queda em juros futuros de quatro anos e posições overweight (acima da média de alocação) em títulos.

“Essas posições já tiveram um rali e achamos que no médio prazo ainda há mais para andar, embora nos próximos meses deva haver barulho”, disse Siddiqui. “Acho que não devemos ficar muito complacentes com a política, já que sabemos muito bem que na América Latina, em geral, e no Brasil em particular, pode ser muito importante.”

Além de países asiáticos, como China, apenas Romênia e Brasil estão atualmente com recomendação overweight na carteira de títulos de mercados emergentes do JPMorgan.

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