JPMorgan não encontra benefícios tangíveis em bitcoinização de El Salvador
Nessa última quarta-feira (9), o bitcoin (BTC) foi aprovado como moeda sonante em El Salvador. O controverso e autoritário presidente do país, Nayib Bukele, continuou a promover sua “nação bitcoin” nos outros dias da semana.
No entanto, para o banco de investimentos JPMorgan, a situação não é motivo de comemoração. Para analistas da instituição financeira, “há implicações claramente importantes para esse país, mas é difícil perceber qualquer benefício tangível associado à adesão ao bitcoin como moeda sonante secundária” junto ao dólar.
Embora o presidente do país afirme que a mudança irá atrair investimentos estrangeiros e diminuir taxas de remessa, “o discurso do governo de que isso resultará em ganhos em empregos e investimentos no curto prazo parece muito distante”, afirmaram os analistas.
A declaração do país pode, no mínimo, “colocar em xeque as negociações” com o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual JPMorgan acredita que El Salvador deveria “fazer as pazes” para evitar que a economia do país se afunde ainda mais em débitos.
O FMI não incentivou a ação salvadorenha com relação ao bitcoin e, inclusive, criticou anteriormente a decisão feita pelas Ilhas Marshall em ter sua economia baseada em uma criptomoeda estatal.
Ontem (10), o Fundo afirmou que a decisão quanto ao bitcoin em El Salvador “apresenta inúmeros problemas macroeconômicos, financeiros e legais que exigem uma análise bem cuidadosa”.
Segundo o banco de investimentos, o maior credor do FMI – os Estados Unidos – não está contente com o autoritarismo de Bukele. O presidente salvadorenho impôs seu controle no banco central de El Salvador, além de estar se aproximando da China.
No entanto, ao mesmo tempo, o presidente americano, Joe Biden, está investindo na América Central, o que, segundo os analistas do JPMorgan, acaba tornando o equilíbrio para a situação ainda mais complicado.