JPMorgan mira ativos baratos após perdas de moedas emergentes
A pior onda vendedora de moedas de mercados emergentes desde o início da pandemia leva algumas das maiores gestoras do mundo a aumentarem as apostas em ativos baratos.
Pierre-Yves Bareau, responsável por dívida de mercados emergentes da JPMorgan Asset Management em Londres, disse que a estratégia é particularmente atraente para moedas sensíveis a commodities, que parecem prestes a se recuperar.
Bareau faz parte de um grupo de investidores para os quais a recente turbulência nos países em desenvolvimento será um fator temporário em um cenário de outra forma otimista.
O indicador de moedas de mercados emergentes do MSCI, que atingiu o menor nível em quatro meses, também está abaixo da média móvel de 100 dias, o que indica a possibilidade de mais perdas.
Vinte e uma das 24 principais moedas de mercados emergentes monitoradas pela Bloomberg agora mostram desvalorização neste ano, lideradas por perdas do real, do peso mexicano e do peso argentino. Apenas o dólar de Taiwan, o rublo da Rússia e o yuan da China registram ganhos no acumulado desde janeiro.
Ainda assim, as moedas de países em desenvolvimento têm se mostrado relativamente resistentes ao forte aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, de acordo com o Goldman Sachs. Isso é resultado de um melhor cenário de crescimento global, preços de commodities mais altos e maiores saldos externos de economias em desenvolvimento, disseram estrategistas como Zach Pandl e Kamakshya Trivedi em relatório.
A equipe também recomenda ativos atrelados a commodities, tendo acrescentado o rublo à cesta de moedas de mercados emergentes, que também inclui o peso mexicano, o rand sul-africano e a rupia indiana.
Enquanto isso, o BlackRock Investment Institute, think tank da gestora de ativos, manteve posição neutra em dívida em moeda local de mercados emergentes sob a perspectiva de um dólar mais fraco, bem como de política monetária global frouxa.
“Vemos potencial de retomada, pois a classe de ativos está atrasada em relação à recuperação de ativos de risco”, escreveram estrategistas como Wei Li e Elga Bartsch na segunda-feira.