JPMorgan e IFC lideram investimento de US$ 27 mi na fintech KLYM
O JPMorgan e o IFC, braço financeiro do Banco Mundial, estão liderando uma rodada de investimento de US$ 27 milhões na KLYM, uma fintech colombiana que fornece capital de giro para pequenas e médias empresas na América Latina.
A KLYM usará o capital para crescer, tendo o Brasil como principal prioridade em 2023, disse Diego Caicedo, cofundador e presidente da KLYM, com sede em Bogotá, em entrevista.
A empresa, anteriormente conhecida como OmniLatam, planeja expandir também na Colômbia e no Chile, e está trabalhando com reguladores para iniciar um negócio no México.
“Este investimento levará nossa parceria com o JPMorgan para um novo patamar”, disse Caicedo. “Agora que eles serão acionistas da empresa, isso consolidará nosso relacionamento a longo prazo.”
O JPMorgan está buscando parcerias para oferecer serviços bancários digitais a clientes de varejo, bem como a pequenas e médias empresas fora dos EUA.
Além de uma participação minoritária na KLYM, o banco com sede em Nova York já investiu em duas empresas brasileiras. Em junho de 2021 concordou em comprar 40% do banco digital C6, com sede em São Paulo, após adquirir participação acionária em outra fintech brasileira, a FitBank Pagamentos Eletrônicos, um ano antes.
A KLYM mantém uma aliança estratégica com o JPMorgan desde meados do ano passado que permite à fintech obter financiamento em dólares, euros e outras moedas, e fazer financiamento ao comércio exterior.
A empresa recebeu mandatos de empresas brasileiras nos setores agrícola, farmacêutico e de biocombustíveis, com financiamento estimado em US$ 1 bilhão em 2023. A KLYM pode financiar empresas em 32 jurisdições, incluindo a China, e suporta 25 moedas diferentes.
A empresa oferece financiamento com lastro em recebíveis e capital de giro em geral, disse Caicedo. Ele coleta dados como faturas e formulários de impostos para ajudar a tomar decisões de crédito com base nos clientes, vendas e funcionários da empresa.
A KLYM contratou Alexandre Mandel, ex-diretor do Mitsubishi no Brasil, para liderar a operação no país. A empresa planeja contratar 80 pessoas no Brasil em 2023, fechando o ano com cerca de 100 funcionários no país. Incluindo Colômbia e Chile, conta com mais de 400 funcionários.
Uma mudança regulatória no México, exigindo que os pagamentos sejam registrados digitalmente, também pode ajudar a KLYM no país, já que a plataforma da empresa pode ser usada para isso.
“Agentes como a KLYM estão mudando a arquitetura do mercado de financiamento ao comércio exterior, desafiando o papel dos bancos tradicionais e introduzindo eficiências operacionais que facilitam o acesso de pequenas e médias empresas ao financiamento”, disse Elizabeth Martinez de Marcano, responsável pelo IFC na Colômbia, em comunicado.
A OmniLatam foi fundada por Caicedo e seu sócio, Andres Abumohor, em 2017, e foi comprada pela Greensill Capital em junho de 2020, apenas oito meses antes de a empresa londrina entrar com pedido de administração no Reino Unido após um colapso impressionante que abalou a comunidade financeira global. Em maio de 2021, os dois sócios latino-americanos compraram de volta as operações da região com a ajuda da empresa de investimentos 777 Partners, com sede em Miami.
Com esta rodada de investimentos, a empresa já garantiu US$ 95 milhões em capital desde que foi fundada. Caicedo tem planos de levantar mais capital neste ano e estima que a empresa se tornará lucrativa depois que a receita quadruplicou no ano passado, para US$ 25 milhões.
A KLYM tem uma carteira de crédito de US$ 170 milhões e ofereceu mais de US$ 700 milhões em empréstimos em 2022.