JPMorgan compra escritórios em Paris de olho no pós-Brexit
O JPMorgan Chase está comprando os antigos escritórios do BNP Paribas no centro de Paris com espaço para até 450 funcionários, em um momento que bancos buscam reforçar presença na União Europeia após o Brexit.
O JPMorgan, que atualmente emprega 260 pessoas na cidade, vai ocupar o prédio de sete andares que fica a uma curta caminhada do Museu do Louvre, informou o banco no domingo. O preço do acordo não foi divulgado. Os escritórios serão ocupados até o fim do ano.
Bancos globais cujas operações europeias têm sede em Londres correm o risco de perder acesso à União Europeia, já que o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, ameaça usar o Brexit como oportunidade de se libertar do que ele vê como regras restritivas do bloco.
Mas autoridades em Bruxelas alertaram que quanto maior for a divergência do governo britânico, menor será o acesso ao mercado único.
Empresas financeiras de Londres são particularmente vulneráveis porque não terão mais um passaporte para oferecer serviços em todo o bloco. O acesso dependerá da concordância da UE de que as regras do Reino Unido são equivalentes às do bloco.
Paris está entre as várias cidades europeias que competem para se tornar um centro financeiro pós-Brexit no continente. A compra dos escritórios pelo JPMorgan foi anunciada na véspera do “Choose France”, um evento organizado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, para quase 150 executivos estrangeiros e franceses no Palácio de Versalhes.
Barclays, Goldman Sachs e Bank of America estão entre os que se preparam para o pior cenário do Brexit, com a abertura de escritórios em cidades como Dublin, Paris e Frankfurt nos últimos três anos. No entanto, os maiores bancos de investimento do mundo até agora transferiram poucos executivos e pouquíssimas atividades de trading para fora do Reino Unido.
O JPMorgan tem cerca de 17 mil funcionários no Reino Unido e 2 mil no resto da Europa, disse um porta-voz.