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JPMorgan: bitcoin pode diversificar o portfólio “se mensurado corretamente”

05 mar 2021, 13:22 - atualizado em 05 mar 2021, 13:22
Segundo o banco, o bitcoin esteve correlacionado com ativos de risco “mas, a longo prazo, tem seus próprios méritos” e “essas correlações caem para zero” (Imagem: Unsplash/executium)

O JPMorgan Private Bank distribuiu uma apresentação educativa a seus clientes para ajudá-los a entender os aspectos básicos, os riscos e o potencial do bitcoin (BTC) e das criptomoedas.

A apresentação, obtida pelo The Block, foi preparada em fevereiro e distribuída na semana passada na Europa e na Ásia conforme o rali de preço do bitcoin chamou a atenção de instituições financeira e investidores.

Ao todo, a apresentação aborda grandes assuntos, como os aspectos básicos do bitcoin, bem como as consequências de possuir bitcoin em um portfólio. A apresentação foi elaborada apenas para “propósitos educacionais” e afirma:

J.P. Morgan Securities LLC não apoia, aconselha, transmite, vende ou transaciona qualquer tipo de moeda virtual.

Mas o escopo da apresentação demonstra como o gigante banco sente a necessidade de responder ao crescente interesse de seus clientes corporativos na classe de ativos digitais.

Na verdade, o JPMorgan está se tornando mais interessado como uma instituição, segundo um comentário do diretor operacional e copresidente do banco no mês passado de que a empresa iria “estar envolvida [em cripto]” se houver demanda suficiente da parte dos clientes.

Em um slide intitulado “Como outros estão considerando cripto?”, o banco abordou três métricas comumente utilizadas por participantes do mercado “que sugerem que vantagens significativas [do bitcoin] são possíveis”.

Sob a lei de Metcalfe, que sugere que o valor de uma rede é proporcional ao quadrado do número de usuários, a valoração por moeda do bitcoin poderia ser de US$ 21,6 mil.

Ao compararmos o valor atual e global do ouro com o bitcoin, usando o fornecimento máximo da moeda de 21 milhões, então a valoração seria de US$ 540,8 mil.

Por fim, ao contrastarmos o valor global do fornecimento monetário ao fornecimento máximo do bitcoin, seu valor seria de US$ 1,9 milhão.

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Como outros estão considerando cripto? (Imagem: JPMorgan Private Bank)

Diversificador de portfólios

Dando um passo para trás, o banco privado também forneceu gráficos e dados a seus clientes, mostrando a correlação do bitcoin com o dólar, ouro, S&P e títulos do Tesouro Americano, destacando que o “bitcoin é diversificador, mas não é um ativo de proteção”:

O bitcoin não é ouro nem o consideramos dessa forma.

Quando se fala em construção de portfólio, possui propriedades de diversificação como o ouro, mas suas características de volatilidade e seu perfil de correlação refutam a comparação ao ativo tradicional de proteção.

Considere as correlações abaixo entre o bitcoin e a DXY [índice dólar], ouro, S&P e os rendimentos de títulos públicos — não há uma mensagem consistente. Às vezes, está correlacionado ao ouro.

Outras vezes, está correlacionado com as ações. Raramente está correlacionado com os títulos do Tesouro. Sem dúvidas, há valor nessa falta de correlação, mas precisa ser considerado em contexto.

A correlação do bitcoin com dólar, ouro, S&P e títulos do Tesouro (Imagem: JPMorgan Private Bank)

Em outro slide, JPMorgan compartilhou sua opinião com clientes de que, recentemente, o bitcoin esteve correlacionado com ativos de risco “mas, a longo prazo, tem seus próprios méritos” e “essas correlações caem para zero”.

Além disso, o bitcoin pode ser um “diversificador de portfólio”, disse o banco, “se for mensurado corretamente”:

É difícil concluir que saídas [de dinheiro] do ouro estão diretamente ligadas às entradas ao bitcoin. Dito isso, o bitcoin não é necessariamente negociado como um ativo de proteção ou um substituto do ouro.

A curto prazo, o bitcoin é mais similar a um ativo diversificador de risco do que um ativo de proteção, parecido com títulos e ouro.

Em outubro de 2020, o JPMorgan estava explorando bastante soluções de custódia cripto e conversou com fornecedores de custódia cripto para entender como poderia oferecer custódia de criptoativos a seus clientes por meio de uma subcustodiante ou empresa externa e especializada.

Nessa quinta-feira (4), Goldman Sachs divulgou os resultados de uma pesquisa que mostrou que 40% dos 280 clientes perguntados têm exposição a criptomoedas e cerca de 20% dos respondentes esperam que o bitcoin ultrapasse US$ 100 mil em até doze meses.

Correlações com os preços do bitcoin (Imagem: JPMorgan Private Bank)