JPMorgan aposta em expansão de algoritmos focados em Treasuries
O JPMorgan vai expandir sua oferta de negociação com algoritmos para investidores de Treasuries, em uma aposta de que a estratégia pode avançar também no maior mercado de títulos do mundo.
Os algoritmos de execução avaliam preços de várias partes do mercado para decidir como e quando negociar. Em gigantes de Wall Street como o JPMorgan, eles também analisam o enorme fluxo interno antes de partir para o mercado mais amplo.
Mas essas ferramentas ainda não penetraram na renda fixa no mesmo grau que em outras classes de ativos, como câmbio, disse Chi Nzelu, chefe de eTrading de renda fixa, moedas e commodities do banco.
Nos últimos anos, houve uma proliferação de plataformas de negociação de Treasuries, que levou algumas corretoras novas, que usam estratégias quantitativas, a tentarem desafiar os players mais estabelecidos nesse mercado de US$ 23 trilhões.
- Entre para o Telegram do Money Times! Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui e faça parte!
“Nossa estrutura de execução com algoritmos foi projetada para ser neutra em relação à classe de ativo, mas não havia demanda significativa no espaço de juros inicialmente”, disse Nzelu em entrevista. “Agora há um pouco de fragmentação no mercado, então há mais demanda de investidores para execução por algoritmo, para garantir que obtenham o melhor preço possível.”
Além de expandir a oferta de produtos de renda fixa em sua plataforma de execução e análise algorítmica, a Algo Central, o JPMorgan incluirá nos próximos meses as mesmas informações de estrutura de mercado que oferece aos operadores de câmbio.
A expansão ocorre em meio à preocupações com a liquidez do mercado de títulos do Tesouro americano.
Mas restam dúvidas se a negociação algorítmica aumenta a liquidez. Em tese, deveria aumentar o número de negócios no mercado, facilitar a execução e ajudar a reduzir os spreads entre os lances dos compradores e os preços pedidos por quem vende. Mas também existem evidências de que negociações mais automatizadas podem aumentar a volatilidade em momentos de estresse.
Enquanto isso, os investidores institucionais cada vez mais compram títulos diretamente do Tesouro, em vez de contar com corretoras como intermediários. A Pimco também está entre as grandes gestoras que defende um modelo em que os investidores negociam diretamente entre si, sem intermediários.
“Os investidores estão cada vez mais avançados na maneira de pensar sobre a execução e ter controle sobre o processo”, disse Gil Holmes, diretor global de negociação de renda fixa do JPMorgan. “A liquidez do mercado de Treasuries é uma prioridade para nós, nossos clientes e reguladores.”