Opinião

José Castro: Não arrisque a sua aposentadoria

12 fev 2019, 18:38 - atualizado em 12 fev 2019, 19:28
(Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

José Castro, autor da série Trading Journal na Inversa Publicações

Caro leitor,

Você deve estar acompanhando pelos jornais e outras mídias as notícias sobre as mudanças nas regras da Previdência Social. Não se fala de outra coisa.

Não só a mensagem do presidente Jair Bolsonaro ao Congresso, na sessão solene de abertura do ano legislativo, citou a “nova Previdência” para iniciar um ciclo virtuoso na economia, como também os discursos dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, destacaram a necessidade de levar adiante essas mudanças.

A reforma da Previdência, portanto, surge como unanimidade e prioridade absoluta do atual governo, em um firme compromisso de fazer os ajustes necessários.

A verdade é que nos últimos anos passamos por momentos muito difíceis no nosso país, com crises política, econômica e fiscal. Sem falar das questões sociais, com um alto índice de desemprego (11,6% em 2018).

Com um novo governo, o atual ministro da economia, Paulo Guedes, assumiu o comando do superministério com uma postura voltada para a delicada situação econômica e fiscal. Montou uma equipe econômica de nomes reconhecidos e vistos com bastante competência pelo mercado.

E essa equipe terá grandes desafios pela frente. Um deles, talvez o maior, é o velho conhecido das finanças públicas do Brasil. Chama-se: Previdência Social.

Independentemente desse desfecho, você já pode começar a agir para garantir uma aposentadoria tranquila.

Quando falamos em Previdência, pensamos em uma renda ou benefício de aposentadoria no futuro, certo? Por isso, devemos encará-la como uma poupança de longo prazo. Quanto mais cedo começar a investir para a aposentadoria, melhor, pois maior será o valor recebido no futuro.

O que é a Previdência Social?

A Previdência Social é um seguro social. É uma instituição pública com objetivo de conceder direitos aos seus segurados.

A renda transferida pela Previdência Social é utilizada para substituir a renda do trabalhador contribuinte quando ele perde a capacidade de trabalho, seja por doença, invalidez, idade avançada, desemprego involuntário, maternidade e até mesmo no caso de reclusão.

Um dos grandes problemas da Previdência social brasileira – e mais complexo de se resolver – é a forma como o conceito brasileiro de seguridade foi concebido, utilizando o regime financeiro de repartição simples.

Nesse regime, os contribuintes efetuam pagamentos sem formação de reservas individualizadas.

Resumindo, isso quer dizer que as reservas previdenciárias pagas pela população ativa destinam-se a cobrir gastos com os benefícios dos inativos.

Esse sistema de repartição pode se tornar muito arriscado e causar um grande desequilíbrio em decorrência de fatores demográficos e má gestão desses recursos.

O problema da mudança para um modelo de sistema mais eficiente é o déficit que essa transição pode causar.

Hoje, por exemplo, em torno de cinco contribuintes mantêm um beneficiário. Essa proporção poderá cair para 2 x 1 em 30 anos, e aí mora o perigo.

Você que está trabalhando duro hoje, e tem previsão de se aposentar daqui a 30 ou 35 anos, corre grande risco de ter problemas para receber a sua aposentadoria pela Previdência Social, caso medidas não sejam tomadas.

Segundo o um dos maiores especialistas brasileiros nas áreas de finanças públicas e previdência social, o economista Fábio Giambiagi, em 1988, as despesas com INSS, benefícios previdenciários, aposentadoria e pensão eram de 2,5% do PIB; em 2016 já estavam em torno de 8% do PIB.

Giambiagi aconselha a quem tem renda acima de R$ 5.645,80, teto da Previdência Social, que se faça uma previdência complementar. Quanto mais cedo, melhor.

“Estamos vivendo uma tragédia grega em câmera lenta.”

O governo que tiver a coragem de fazer reformas será duramente criticado e até reprovado por parte da opinião pública, e certamente levará a culpa por um problema que se arrasta há décadas. No entanto, no futuro, poderá ser reconhecido pelo mérito de ter evitado um colapso na Previdência Social.

Caro leitor, diante de um assunto tão importante e que afeta diretamente a você e sua família, eu pergunto: Você já tomou alguma atitude para ter uma aposentadoria digna?

Você vai ficar na fila do banco para verificar se seu benefício social caiu na conta ou estará viajando pelo mundo?

Nas próximas edições semanais da Warm Up PRO, vamos dar nossas sugestões de previdência complementar, indicando fundos específicos de Previdência privada, ações, títulos públicos, fundos imobiliários, dentre outros.

Para quem gostaria de comprar uma ação pensando na sua aposentadoria, clique aqui e veja minha primeira sugestão para sua previdência complementar.

Na próxima edição (15/02), reunirei as principais regras atuais para que você possa avaliar as eventuais mudanças de uma reforma da Previdência no Brasil.