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José Castro: Dólar a R$ 4 – E agora?

17 maio 2019, 17:08 - atualizado em 17 maio 2019, 17:08
Dolar
( Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

José Castro, autor da série Trading Journal na Inversa Publicações

Caro leitor,

Não estou aqui hoje para fazer comentários políticos e econômicos. Não é essa a minha intenção. A nossa missão aqui na Inversa é entender o contexto geral dos acontecimentos para sugerir o melhor investimento em cada momento que estamos vivendo.

Ou seja, fazer boas escolhas em qualquer cenário. Por isso, em poucas palavras, tentarei resumir o que está acontecendo atualmente para, depois, sugerir um investimento indispensável.

Nesta semana, passamos por um dos maiores choques de pessimismo do ano, com sucessivas revisões do PIB (Produto Interno Bruto) para baixo.

O dólar é o maior termômetro de estresse de uma economia e sua cotação ultrapassou a barreira psicológica de R$ 4,00. Na máxima do ano, encerrou a sessão de ontem cotado a R$ 4,0357 e, agora, acumula alta de 4,25% em 2019.

É o maior valor de fechamento desde a véspera do primeiro turno das eleições presidenciais.

Só que, dessa vez, o principal fator de pressão sobre o dólar não é o risco PT, é o risco real do governo desordenado de Jair Bolsonaro.

Os motivos desse movimento são combinações de fatores, os quais são evidentes. Não precisa ser especialista para perceber.

+ Leonardo Pontes, estrategista de ações exponenciais, tem uma pergunta simples: O que você quer que ele faça para multiplicar seu dinheiro? Responda aqui.

Dentre eles, temos: a fragilidade econômica e fiscal; a crise da Educação e de outras pastas do governo, que causa instabilidade e coloca em xeque a capacidade de articulação política, que vai ficando cada vez mais cara.

Soma-se ao ambiente doméstico conturbado, o cenário externo com a guerra comercial entre as maiores potências econômicas do mundo – Estados Unidos e China –, com grande impacto em países emergentes como o Brasil.

No movimento contrário à moeda norte americana, a Bolsa brasileira entrou numa tendência de queda no curto prazo, chegando a perder a marca dos 90 mil pontos durante o pregão de ontem.

O movimento é natural, tendo em vista que momentos de incerteza levam investidores a se desfazer dos investimentos de risco (Bolsa) e recorrer a juros e moedas fortes, como o dólar.

Observe no gráfico abaixo a correlação negativa entre os dois ativos:

O fato é que o dólar tenta romper a barreira dos R$ 4,00 desde março. Por mais de quatro vezes atingiu este valor, fechando, porém, sempre abaixo desse nível, que se tornou uma grande resistência.

Na Análise Gráfica, quando ocorrem rompimentos dessa natureza, a tendência é de continuidade do movimento ascendente.

Vários indicadores técnicos sinalizam isso. Sim, o dólar está em tendência de alta, mas é impossível saber até onde pode ir.

Os fundos cambiais atrelados ao dólar são importantes meios de proteção para o seu portfólio de investimentos, principalmente em momentos de crise onde as moedas de economias mais fortes se valorizam frente ao real.

Mesmo que não acredite na alta da moeda norte americana, é sempre importante ter um pouquinho de dólar na carteira, principalmente se você possui ativos de renda variável, como ações.

Os fundos cambiais são administrados por instituições financeiras, que também fazem gestão dos ativos do fundo.

Para que se enquadre como um fundo cambial é necessário que pelo menos 80% dos seus investimentos sejam feitos em moeda estrangeira.

Os outros 20% podem ser investidos de forma a ampliar a rentabilidade, como por exemplo em renda fixa.

Abraços,

José Castro

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