Eleições 2022

Jornais europeus descrevem o “tenso” e “ofensivo” debate da Globo, com noticiário de apoio a Lula

29 out 2022, 12:32 - atualizado em 29 out 2022, 13:18
Jornais Reino Unido
Jornais do Reino Unido, como The Guardian, destacam o debate da sexta (Imagem: REUTERS/Lee Smith)

Os destaques para as eleições brasileiras entre os principais jornais europeus estão dedicados ao “elétrico”, “tenso”, “ofensivo”, entre outras classificações, tom do debate entre Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e o presidente Jair Bolsonaro (PL), na Rede Globo.

Os serviços online trazem logo no topo da home a cobertura do pleito no Brasil, à exceção dos diários de Londres, que mostram neste sábado (29) a fervura da disputa em suas páginas internas dedicadas ao noticiário internacional.

Invariavelmente, o clima destas eleições, que dividem o País, chama a atenção há semanas, acompanhado de análises pró-Lula, no âmbito dos dois assuntos que mais preocupam os europeus, a questão climática e a continuidade da democracia, associando-os à agenda mais “resposánvel” do candidato das esquerdas.

No Le Monde, “Lula e Bolsonaro, cabeça a cabeça, antes do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil”, é a matéria principal.

O diário francês é o mais dedicado ao Brasil, com outras suítes, entre as quais chamando a atenção para as “consequências desastrosas para a floresta amazônica se Bolsonaro vencer no Brasil”.

O espanhol El País é o mais generoso na cobertura neste sábado. Da cobertura do debate – “(…) la batalla entre Lula y Bolsonaro sigue aberta tras el cara a cara final” -, apoiando matérias analíticas sobre as “6 mil mentiras” do presidente em 4 anos, além de destaques como live de Neymar e Bolsonaro dividem os futebolistas brasileiros.

Em Londres, o jornal que mais acompanha o Brasil de perto é o The Guardian, embora sem chamada de home neste sábado. O tom é amplamente pró-Lula, diante de um inequívoco desprezo que a imprensa europeia livre dedica ao candidato à reeleição do Brasil.

Além de voltar a lembrar os assassinatos do documentarista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, há alguns meses, que o jornal debita à política do governo ao meio ambiente e às comunidades indígenas, também sublinha a tentativa de “chorar fraude antes das eleições”.

O Corriere Della Sera, tradicional e conservador jornal de Roma, dos quatros, foi o mais sucinto. Embora lembrando as “mentiras” de Bolsonaro, os ataques de Lula sobre o descaso com o combate à covid, entre outros, num único texto intitulado: “Brasil, entre Lula e Bolsonaro há embate sobre vacinas na TV cara a cara”.

A Itália também está às voltas com a nova primeira-ministra Giorgia Meloni, que lidera uma coalização de extrema-direita, e já demonstrou apreço à reeleição de Bolsonaro, assim como extremista Viktor Orban, na Hungria.

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