Colunista Vitreo

Jojo Wachsmann: Ô-lelê-ô-lalá

23 fev 2021, 10:24 - atualizado em 23 fev 2021, 10:24
Coluna Vitreo
Quem não gosta de um joguinho de azar? / Cassino Royale (2006) (Imagem: Reprodução)

Bom dia, pessoal!

Como era esperado, o banho de sangue na Bolsa brasileira foi duro de ver. A verdade é que o sistêmico piorou muito por conta da percepção do mercado de mudança de abordagem do governo para assuntos relacionados à economia.

O exterior também não ajuda, com um embarque dos investidores rumo à rotação setorial (rotation trade), fugindo de nomes de crescimento e alocando em nomes que se beneficiariam de uma inflação mais elevada (reflation trade).

Hoje (23), a Europa abre novamente no vermelho, com menos profundidade que ontem, sendo acompanhada pelos futuros de Wall Street. A ver…

Onde está o Brasil varonil?

O impacto foi forte. Na segunda-feira (22), as ações de nossa companhia de petróleo, a Petrobras, despencaram 20%.

Ao todo, se considerarmos sexta (19) e segunda (22), a empresa perdeu cerca de R$ 100 bilhões em valor de mercado. Ainda que haja uma tentativa de acomodação dos papéis depois da queda, com uma leve alta no “after market” de Nova York, o estrago já foi feito.

Claro, hoje deveremos ter um “rebound” (uma recuperação de preços da companhia), mas isso não significa que o fundamento melhorou. O choque informacional foi ontem e, geralmente, ocorrem extrapolações especulativas.

Hoje, o conselho de administração da Petrobras se reúne pela manhã, mas a votação do nome de Silva e Luna para substituir Castello Branco não deverá acontecer hoje. Os conselheiros devem aprovar a convocação de assembleia geral extraordinária (AGE) para discutir a troca em até 30 dias, prolongando a tensão gerada pelo governo federal. Inúmeras legalidades precisam ser discutidas, para além da própria aprovação ou não do nome do general em si. Há quem diga que houve ofensa à Lei das Estatais e, inclusive, das SAs.

Se a mudança foi derivada de interferência política na empresa, todo o processo fica comprometido — desde os escândalos no governo Dilma, a companhia foi blindada contra esse tipo de tentativa.

O temor real é o de que o governo possa ter se perdido, uma vez que a voz de Paulo Guedes, enfraquecido pelo episódio, ainda não foi escutada — não há também aqui um desejo de que o ministro fale. Talvez falar algo pioraria ainda mais a situação, uma vez que todo o processo se deu principalmente por conta de uma sequência terrível de falhas de comunicação.

Se o governo abandonar a agenda de reformas e enveredar para um populismo barato, que cheira a naftalina, a situação do Brasil piora, principalmente em termos de percepção — trata-se de uma crise de confiança, entre outras coisas.

EUA, um caso inflacionário

O presidente do Fed testemunhará hoje ao Congresso americano e os mercados estarão ansiosos para ouvir opiniões sobre a inflação, que é o tópico atual em foco. Teme-se que, se as pessoas despejarem rapidamente muito dinheiro na economia, os preços possam disparar, forçando os bancos centrais a aumentar as taxas de juros mais cedo do que o esperado.

A curva de juros tem precificado um juro de dez anos mais acentuado, provocando um movimento de venda em ações de crescimento, como as de tecnologia (rotation trade).

O fato de as famílias gastarem uma parcela modesta ou grande de suas poupanças reprimidas à medida que a economia reabre totalmente pode ser a diferença entre uma recuperação saudável e o superaquecimento. A discussão sobre o que acontece com a poupança das famílias está crescendo conforme a perspectiva em relação ao vírus melhora.

Paralelamente, ainda, o destino do pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão do presidente Joe Biden é outro fator — o estímulo macroeconômico em uma escala mais próxima dos níveis da Segunda Guerra Mundial do que dos níveis normais de recessão desencadeia pressões inflacionárias.

Recuperação à moda europeia

O mercado de trabalho do Reino Unido mostrou números salariais médios mais fortes do que o esperado — ultimamente, todos os números relacionados à atividade econômica têm sido apresentados acima do esperado.

Como 2020 não foi uma recessão típica, a tradicional recuperação pós-recessão não se dá como todos esperavam, afetando as projeções quase que unilateralmente.

Paralelamente, em pronunciamento ontem, a presidente do BCE disse que a instituição monitoraria de perto os juros dos títulos nominais. O mercado entendeu a fala como “monitorar de perto os movimentos do câmbio”, influenciando os preços de mercado.

A intervenção do BCE está bem longe de terminar (Lagarde é uma das defensoras do gradualismo na hora de suspender os estímulos colocados até aqui — para tal, será necessária uma manutenção da taxa de juros em patamares historicamente baixos).

Anote aí!

Dados de inflação da Zona do Euro foram divulgados agora pela manhã, todos em linha com o esperado — em janeiro, na comparação anual, o indicador de preços em seu núcleo (excluindo itens mais voláteis) avançou 1,4% (contra o mês anterior, houve deflação de 0,5%).

O CPI (Consumer Price Index, índice ligado à inflação) da Zona do Euro em janeiro tem algumas mudanças técnicas que são de interesse dos economistas, balanceando novamente a cesta de consumo, já em resposta às críticas de que houve uma mudança significativa no padrão de consumo da população.

Os Estados Unidos apresentam estoque de petróleo e relatório de energia, importantes para a região do Texas, que passa por uma crise energética, e para o mundo — o Brasil, geralmente sensível a tais desdobramentos, deverá viver novamente sua própria lógica. Fora isso, confiança do consumidor chama a atenção.

No Brasil, teremos prévia de inflação pelo IPC-S da terceira quadrissemana e resultados corporativos. O dia deverá ser, contudo, de rebound da queda grotesca de ontem — agentes vão aproveitar para tentar comprar pechinchas.

Muda o que na minha vida?

Vamos falar um pouquinho de governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês)? O estoque total em circulação de títulos verdes, que financiam projetos sustentáveis ou empresas com responsabilidades associadas ao meio ambiente, atingiu a marca de US$ 1 trilhão após a emissão recorde em 2020 de quase US$ 280 bilhões.

Gradualmente, os títulos com foco ecológico se tornam uma classe de ativos convencional. Em movimento recente, curiosamente, o mercado vem querendo explorar outros temas ESG, procurando responsabilidade social e de governança.

A diversidade e a inclusão, por exemplo, devem se tornar essenciais para determinar o sucesso ou fracasso econômico na próxima década — houve a necessidade de criar, inclusive, um novo acrônimo com W na frente de ESG (W-ESG), para focar também empresas que se esforçam na contratação de mulheres.

Muito provavelmente, nos próximos anos, haverá um grande avanço na mensuração desse aspecto da sustentabilidade. Ou seja, a abordagem de impacto do investimento, que vincula os retornos do investimento a metas de sustentabilidade, vai além do foco no clima para abranger toda a gama de objetivos, desde a redução da desigualdade até a melhoria da saúde.

Essas tendências não terão apenas um impacto social positivo, mas também poderão proporcionar uma nova fonte de ganho para as carteiras diversificadas – sim, “money talks, bullshit walks”, ou seja, se é para investir em ESG (ou W-ESG), vamos fazer para ganhar dinheiro, esse é nosso objetivo aqui. Por sinal, dias como o de ontem provam que diversificação é vital para que a carteira sobreviva no longo prazo.

Por que não diversificar a carteira enquanto investe em uma tendência para a próxima década e ainda ajuda a sociedade? A Vitreo tem alguns veículos para tal que podem já ser devidamente aproveitados, como o FoF ESG Carbono Neutro e o Franklin W-ESG.

Fique de olho!

O urânio continua sendo um dos assuntos do momento. Digo um dos assuntos porque é difícil competir com a queda das ações da Petrobrás e do Ibovespa.

Mas ainda assim, é muito fácil voltar ao tema e mostrar a importância de ter um portfólio bem diversificado e descorrelacionado da Bolsa. O urânio é isso.

Ao investir no fundo criado pela Vitreo e inédito no mercado, o Vitreo Urânio, você aloca até 5% do seu patrimônio e investe em toda a robustez da tese das tecnologias de ponta – aquelas que têm tudo para transformar o mundo de uma década para outra.

A energia nuclear é uma das mais limpas e tem o urânio como a principal matéria prima, estando fortemente ligado ao fornecimento de bateria de carros elétricos – que você já deve saber que é a tendência para os próximos anos.

Como o urânio (e seus benefícios) não é um tema comum, convidamos você para ler um documento detalhado e muito esclarecedor sobre as possibilidades de ganhar bastante dinheiro com o urânio, mesmo ao considerar uma pequena alocação do patrimônio – mas sem garantias de retorno.

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Um abraço,

Jojo Wachsmann

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