Jojo Wachsmann: Mercado, eu sou seu pai
Bom dia, pessoal!
Depois de andar durante a segunda-feira na contramão do mundo, hoje (9) o Ibovespa terá um ambiente menos propício para navegar.
As Bolsas na Europa abriram em queda, assim como os futuros dos EUA — Dow, S&P e Nasdaq bateram recordes ontem, então ajustes seriam naturais.
A depender da agenda em Brasília, dos resultados corporativos e dos dados econômicos, podemos embarcar mais uma vez em nossas próprias particularidades. A ver…
Aceita que dói menos
Em dia no qual receberemos dados do IPCA de janeiro, os mercados dividem suas atenções com resultados corporativos e o noticiário político.
Por enquanto, o mercado tem levado a sério a história de subir marginalmente a Selic já na próxima reunião, mas uma inflação mais fraca do que a esperada poderá deixar o mercado em dúvida sobre eventuais mudanças na política monetária em março — se vier acima do esperado, contudo, os juros curtos vão subir e os longos vão cair, em um processo de achatamento da curva.
Isso tudo em um dia no qual votaremos a autonomia do Banco Central, que passou de quarta para terça-feira — a discussão começa hoje.
A notícia, por mais que seja positiva, não afasta o temor do mercado sobre:
i) o corte de impostos sobre a gasolina sem antes encontrar uma fonte alternativa de financiamento; e
ii) o retorno do auxílio emergencial em R$ 200 mensais.
Nesse sentido, o dia de hoje será importante para a instalação da comissão para definir o orçamento — por enquanto, estamos operando segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mas precisamos da Lei Orçamentária Anual (LOA) para o mercado se acalmar.
O governo, que perde a popularidade em cada pesquisa apresentada, precisa voltar a sinalizar credibilidade fiscal por meio da agenda econômica de Guedes.
Falar “impeachado” é mais legal que falar “impeachment”
Começa hoje no Senado americano o julgamento do presidente Trump. É a primeira vez que um processo como esse se dá quando o mandatário já deixou o cargo. Assim, a questão aqui não é mais afastá-lo do cargo, mas, sim, torná-lo inelegível — há democratas e republicanos interessados em tal desfecho.
De todo modo, os mercados devem se mostrar pouco interessados sobre o tema, mais preocupados com a forma como isso afetará o cronograma para a aprovação do pacotão de estímulos.
Enquanto isso, os déficits orçamentários do governo aumentaram muito e devem crescer ainda mais. Muito disso são pagamentos de transferência (pagamentos para desempregados, por exemplo). A dinâmica tem acendido a discussão de demanda reprimida nos EUA — as taxas de poupança do consumidor estão entre 5% e 6% acima do normal nos EUA e na Europa. Isso representa o poder de compra potencial.
Para desempoçar essa demanda, precisamos que as restrições sejam desfeitas e os EUA terão mais facilidade com isso do que outras localidades do mundo. É por isso que a atividade econômica geral provavelmente permanecerá abaixo dos níveis pré-pandemia durante a maior parte deste ano.
Europa e China com dados econômicos
As vendas totais no varejo do Consórcio Britânico de Varejo (BRC, na sigla em inglês) caíram 1,3% em janeiro na comparação anual. A queda foi considerada pequena, levando em conta as restrições postas em prática no Reino Unido. Além disso, o dado evidenciou a capacidade dos consumidores de se adaptarem a uma crise.
Na Alemanha, também, dados do comércio foram divulgados com revisão para cima de entregas anteriores, indicando uma demanda doméstica mais forte do que a inicialmente relatada.
Os dados positivos no continente europeu estão em linha com os bons dados creditícios reportados durante a madrugada na China. Por lá, tanto novos empréstimos como o financiamento social total chinês vieram acima do esperado, dando ânimo aos mercados.
Anote aí!
Já com dados chineses em mão, abriremos o dia aqui no Brasil com dados oficiais de inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Nos EUA, destaque para o setor de energia, com relatório da Agência Nacional de Energia, e abertura de vagas de empregos segundo relatório do Escritório de Trabalho e Estatística (JOLTs – Job Openings and Labor Turnover Survey).
Na Europa, economista-chefe do BCE falará mais tarde. Fecharemos o dia com mais dados chineses, agora de inflação, a serem divulgados durante a noite. Para impactos internacionais, vale mais olhar os dados de inflação ao produtor, que também serão divulgados.
Muda o que na minha vida?
Se a Petrobras (PETR3; PETR4) não estivesse com intrigas internas sobre sua política de preço, provavelmente a Bolsa brasileira estaria indo melhor. Por quê?
Bem, os preços globais do petróleo se recuperaram totalmente da pandemia após 12 meses difíceis. Os futuros do petróleo Brent, a referência global, ultrapassaram a marca de US$ 60 por barril, seu nível mais alto desde janeiro de 2020, quando começou a ser esmagado por conta da redução da demanda por energia em todo o mundo devido à pandemia.
Ao que tudo indica, o mais recente catalisador foi o comentário do presidente Joe Biden no fim de semana de que os Estados Unidos não suspenderão as sanções ao Irã para colocar o país de volta na mesa de negociações.
A notícia corroborou a alta dos preços, que vêm subindo há meses graças à expectativa de que as vacinas contra o coronavírus vão liberar a demanda, enquanto os produtores evitam inundar o mercado com a oferta.
Com os casos de Covid-19 diminuindo agora em certas regiões, incluindo os EUA e o Reino Unido, haverá esperança de que o pior já passou, principalmente com o aumento da vacinação. Há sinais significativos de recuperação da demanda em economias de alto crescimento, como China e Índia.
Com isso, o mercado está antecipando a nova trajetória da demanda.
O Brasil tem tudo para surfar essa onda. Mas Brasília precisa nos deixar em paz primeiro.
Fique de olho!
A gente avisou na série “O Seu Novo Dinheiro” que ia “faltar bitcoin”, porque o investidor institucional está começando uma entrada importante no mercado de criptomoedas.
Pois é. Mais uma notícia de peso pipocou ontem: Elon Musk — o homem mais rico do mundo hoje — e a sua Tesla compraram 1,5 bi de dólares em bitcoin.
O resultado foi uma subida vertiginosa da criptomoeda. Enquanto escrevemos essa nota, nas últimas 24 horas, o valor do Bitcoin subiu 16,18% segundo o site CoinMarketCap (dados colhidos no dia 08/02 às 18h17).
Quem investiu em nossos fundos de cripto por meio da nossa série já pegou essa valorização. De novo: não podemos garantir e retornos passados não garantem lucros futuros, mas temos motivos para acreditar que esse é o começo de uma subida estrutural e ainda mais multiplicadora. É importante entender que este é um fundo de alto risco, então não deixe de ler o regulamento e seus fatores de risco.
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Um abraço,
Jojo Wachsmann