Colunista Vitreo

Jojo Wachsmann: Jabuticabas por toda parte

10 fev 2021, 10:14 - atualizado em 10 fev 2021, 10:14
Coluna Vitreo
O balé inflacionário / Cisne Negro (2010) (Imagem: Reprodução)

Bom dia, pessoal!

Enquanto a Nasdaq (US100) bateu mais um recorde em seu fechamento, o Ibovespa (IBOV) optou por engatar sua terceira queda consecutiva.

A terça-feira (9) em si foi de leve correção ou estabilidade para os mercados globais, depois de um início de mês mais do que positivo. Ainda que o sistêmico não esteja indo tão bem, stock picking parece ter feito sentido nos últimos dias.

Hoje, mercados europeus abrem em alta, diferentemente da abertura em queda de ontem. Futuros americanos seguem o fluxo, ensaiando mais um dia positivo. A ver…

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Inflação abaixo da mediana chama por manutenção dos juros

Inflação mais baixa foi puxada pela conta de luz (Imagem: Marcos Oliveira/ Agência Senado)

Os dados de inflação ao consumidor oficiais foram entregues e vieram abaixo das expectativas para o mês de janeiro.

A desaceleração frente à alta de dezembro foi de 0,25%, enquanto os economistas projetavam 0,30% de alta — abriu espaço para apostar na manutenção da Selic na próxima reunião do Copom. O resultado foi uma nova inclinação na curva de juros, com alta em todos os contratos.

Em Brasília, as expectativas giram em torno da instalação da Comissão Mista no dia de hoje, depois de ser adiada devido ao falecimento do senador José Maranhão (MDB-PB).

Se por um lado foi positiva a aprovação de urgência para o projeto de autonomia do Banco Central, por outro, o mercado ainda teme estímulos sem contraparte fiscal, que ocasionariam mais dívida e, possivelmente, uma contração econômica. O pior de tudo seria um auxílio emergencial fora do teto, sem lastro para seu financiamento.

Entre altas e baixas

Alguns investidores acharam que valia a pena reduzir alguns riscos do mercado de ações após a recente volatilidade (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

O índice S&P 500 (SPX) caiu 0,1% enquanto os investidores ficavam de olho no noticiário político, segundo o qual os democratas planejavam seguir em frente sem a ajuda dos republicanos em um plano de estímulo.

O plano de US$ 1,9 trilhão ainda está na mesa, ainda que possa ser desidratado pela estratégia de aprovação por maioria simples e pela negociação com os republicanos.

A Nasdaq, porém, segue subindo com o otimismo de que o pior impacto econômico da pandemia pode ter passado. Correções, claro, fazem parte.

Alguns investidores, inclusive, acharam que valia a pena reduzir alguns riscos do mercado de ações após a recente volatilidade. Ainda assim, há um clima de “tudo deve dar certo” devido ao otimismo com o estímulo, o apoio do banco central dos EUA e o lançamento de vacinas contra o coronavírus.

Deflação aos consumidores chineses

Os preços ao consumidor chineses caíram 0,3% em relação ao ano anterior (Imagem: Reuters/Thomas Peter)

Os mercados de ações asiáticos subiram, depois que Wall Street quebrou uma sequência de vitórias consecutivas de seis dias (com exceção da Nasdaq).

Os preços ao consumidor chineses caíram 0,3% em relação ao ano anterior, levemente acima das expectativas, impulsionados pelos preços mais fracos do setor de serviços. O mau tempo elevou os preços dos alimentos, impedindo um impulso maior de deflação.

Nem tudo na China é positivo, no final das contas. Os preços do produtor, por sua vez, subiram 1,0% em janeiro em relação ao mês anterior, norteados pela melhora da demanda doméstica e pelo aumento dos preços do petróleo bruto, do minério de ferro e de outras commodities — para a sensibilidade internacional, o preço aos produtores é que importa.

Anote aí!

Começamos o dia com vendas do varejo brasileiro em dezembro, que devem apresentar contração na comparação mês a mês. Chamam mais atenção a votação da autonomia do Banco Central no Congresso e novas discussões sobre o auxílio emergencial.

Nos EUA o dia será bem cheio, a começar pela inflação dos preços ao consumidor nos EUA, ainda que o Fed não tenha dado tanta importância ao indicador (tem se dedicado mais esforço ao mais deflator PCE). Outros indicadores incluem estoque do atacado, estoques de petróleo e demais dados do setor de energia.

Na Europa, teremos falas de autoridades monetárias e dados de preços ao consumidor final alemão e português. Os dados alemães podem despertar interesse à medida que fatores técnicos os impulsionam para cima.

Por fim, os dados da produção industrial francesa também serão entregues — a atividade manufatureira da zona do euro já alcançou patamares acima dos níveis pré-pandemia.

Muda o que na minha vida?

Muito do indicador de preços ao consumidor dos EUA não tem nada a ver com o mundo real. Justamente por isso, a inflação tem subestimado a realidade ao não refletir as mudanças no padrão de consumo.

A desigualdade da inflação significa que muitas pessoas enfrentam uma inflação acima da média. A maioria dos preços está subindo em uma faixa de 2–2,5% ao ano no momento.

Os cidadãos americanos têm menos restrições econômicas do que os europeus — portanto, a demanda reprimida dos EUA poderá ser realizada agora. É provável que a demanda reprimida na Europa seja consumida mais para o final do ano, quando as restrições efetivamente terminarem. Curiosamente, a demanda europeia pode aumentar à medida que a dos EUA desacelera.

Mas não há o que temer, uma vez que existe hoje uma liquidez tremenda, somada a uma história muito boa e muito compreensível nos bastidores:

i) forte recuperação econômica; e

ii) a temporada de resultados tem sido boa até agora. Ainda que o mercado continue em um estado um pouco frágil, devido aos valuations esticados e os recentes ataques especulativos, o investidor deve saber que correções do bull market de até 10% muitas vezes acontecem.

Fique de olho!

O Carteira Universa está próximo de atingir a importante marca de R$ 1,5 bilhão de patrimônio e isso irá impactar direta e positivamente o seu investimento.

Esse não é e nem tem por que ser um marco representativo apenas para a Vitreo, ele é importante e completamente possível única e exclusivamente por causa dos seus cotistas, que confiam no trabalho e nas estratégias adotadas.

Quem se mantém nos momentos mais conturbados são os que merecem o sabor da comemoração dos bons tempos. É muito simbólico para a Vitreo dividir o sucesso do fundo com os cotistas.

O mês de janeiro foi bom, e a prova é um fundo multimercado render 0,45% em um mês ruim de Bolsa. Mas se janeiro foi bom, o começo de fevereiro foi simplesmente espetacular! Até a cota do dia 05/02, o fundo valorizou 3,70%, o que nos dá 4,18% somente neste início de 2021 e 16,27% desde a criação do fundo, em 28/06/2019. Vale lembrar que esses retornos são brutos de impostos.

Vamos reduzir a taxa de administração do Carteira Universa quando ele atingir R$ 1,5 bilhão de patrimônio, e falta muito pouco. A taxa de administração anual deixará de ser de 1,25% ao ano e passará a ser de 1,15% ao ano.

Embora não seja possível garantir nada, muito menos retornos de 3% todos os meses (afinal, rentabilidade passada não garante rentabilidade futura), o cenário é bastante otimista, e se você está no Carteira Universa, é animador dizer que o pior já está saindo da linha de visão. Se você ainda não está, reconsidere a sua posição, pois para quem está fora, os retornos trazem o arrependimento junto.

Clique no botão abaixo e vá direto ao Carteira Universa.

[QUERO CONHECER O CARTEIRA UNIVERSA]

Um abraço,

Jojo Wachsmann