Pré-mercado: E fomos surpreendidos novamente
Bom dia, pessoal!
Os investidores continuam avaliando o impacto da votação no Congresso sobre os estímulos e o direcionamento das taxas de juros nos EUA. Estariam os mercados mudando de curso após um ano difícil?
Para piorar a situação, o Brasil, que não cansa de nos surpreender (negativamente), mostrou novamente que não está para brincadeira quando se trata de volatilidade.
Difícil ter alguma previsibilidade quando o sistema jurídico, que deveria zelar pelos contratos, tem uma tendência de se reinterpretar e de mudar seu próprio entendimento.
Os mercados no exterior abrem marginalmente no positivo na Europa, seguidos pelos futuros americanos.
Hoje (9), a Nasdaq se recupera com mais força depois de cair pesadamente ontem — vide rotação setorial. A ver…
É insegurança jurídica que chama?
Há quem diga que, em se tratando de Brasil, até o passado é incerto.
Se o humor internacional já não nos ajudava, com a continuidade do movimento de alta dos juros de dez anos nos EUA, o ambiente interno só fez piorar — sempre pode piorar (lei de Murphy: se algo pode dar errado, vai dar errado).
Como se não bastasse o descalabro do momento pandêmico brasileiro, tivemos pressão advinda do panorama fiscal — com Bolsonaro refletindo sobre a possibilidade de uma desidratação da PEC Emergencial (já desidratada, vale dizer) com o intuito de blindar melhor policiais e militares nos gatilhos para corte de gastos da equipe econômica — e da perspectiva política: Lula voltou a ser elegível.
A sensação de insegurança jurídica que a decisão de Fachin passa é considerável, ainda que alguns juristas tenham informado se tratar de um movimento válido — há quem argumente que o movimento, apesar de tornar o Lula elegível, tenha sido com o intuito de salvar o que sobrou da Lava Jato.
De qualquer forma, Fachin anulou os processos de Lula na Lava Jato, ampliando a queda do Ibovespa e deteriorando ainda mais o dólar, que já se encontra próximo de R$ 5,90 — bastante sensibilidade ao risco-Brasil (CDS de cinco anos).
Veja, naturalmente haveria uma reação exagerada por parte do mercado, muitas vezes conhecido também como drama queen (ou “rainha do drama”), o que poderia apontar para algum rebound depois do sell-off generalizado de ontem. Ainda assim, o grau de incerteza aumentou bastante.
PIBÃO nos EUA
Já se passou quase um ano desde que a pandemia de coronavírus levou as ações de todos os lugares do mundo a uma violenta queda livre, a mais rápida da história — 12 de março de 2020 deu a Wall Street seu pior dia de perdas em mais de três décadas.
A turbulência foi um início alinhado a um ano de atividades frenéticas. Hoje, o vírus continua a causar estragos ao redor do planeta (vide o Brasil e a situação atual), mas os mercados há muito já se antecipam para o que virá depois.
O crash em si teve uma vida curta e os mercados financeiros, alimentados por estímulos fiscais e monetários, terminaram o ano em altas recordes, com um descompasso entre Wall Street e Main Street, afinal o desemprego ainda está acima de 6% na terra do Tio Sam até hoje.
O coronavírus ainda está entre nós, mas os investidores agora estão apostando em uma recuperação rápida e forte, à medida que o lançamento das vacinas se intensifica e os Estados Unidos se preparam para outro enorme pacote de estímulos.
O Goldman Sachs, por exemplo, prevê um crescimento de 7% do PIB dos EUA em 2021, um nível não visto desde 1984.
De olho no PIB europeu
Em seu último comunicado, o governador do Banco da Inglaterra (o presidente da instituição), Andrew Bailey, reafirmou a mensagem de outros bancos centrais sobre o fato de a capacidade ociosa nas economias desenvolvidas tornar a inflação uma falsa ameaça — quando você tem capacidade ociosa, pode fazer a economia crescer apenas ocupando-a, sem a necessidade de pressionar preços (a isto damos o nome de hiato do produto).
Depois de dados de varejo confirmarem a mudança nos padrões de consumo no Reino Unido, os economistas se perguntam quanto do testemunhado na economia inglesa será verificado também nas demais nações europeias.
Com isso em mente, ainda que seja um dado que deverá trazer pouco impacto imediato, vale avaliar o PIB final do quarto trimestre da Zona do Euro — os dados vieram mistos, com queda no trimestre marginalmente pior do que o esperado (o PIB europeu caiu 0,7% no último trimestre na comparação com o anterior).
Anote aí!
Em dia de continuidade de digestão da agenda política, o Brasil acompanha o crescimento do setor de serviços em janeiro, em pesquisa mensal do IBGE, e dados de emprego do Caged (índice de evolução de empregos de fevereiro), ambos importantes para o momento atual.
Também teremos os resultados corporativos, além do IPC Capitais (dado de inflação) e mais atuação do BC para dar uma amenizada no câmbio.
No exterior, a Europa amanhece cheia de indicadores. Além do PIB mencionado acima, tivemos dados de empregos, que vieram acima do esperado e deverão dar mais uma sustentação econômica para o ambiente internacional.
Nos EUA, estoques de petróleo e fala de autoridade monetária deverão fazer a pauta do dia. Na China, à noite, teremos dados de preços ao consumidor e ao produtor, que serão importantes diante do sentimento de retomada da inflação no mundo.
Muda o que na minha vida?
Hoje aparenta ser um dia de recuperação para ativos de crescimento, como de tecnologia. De qualquer forma, isso só acontece depois de o setor apanhar feito condenado em diversos pregões sequenciais.
Sim, o reposicionamento cíclico continua à medida que os bancos centrais mantêm sua política flexível e as perspectivas para inflação seguem crescendo.
O recente aumento acentuado nos yields do Tesouro dos EUA foi acompanhado por um retorno da volatilidade do mercado de ações e uma rotação do crescimento para partes cíclicas do mercado — adicionalmente, emergentes são afetados positiva e negativamente por este movimento
Positivamente: a rotação beneficia setores tradicionais, como o financeiro e de commodities, que possuem predominância nos índices de mercados emergentes (por isso, muitas vezes, o Ibovespa é um falso sinal).
Negativamente: alta dos juros em moeda forte e país desenvolvido atraem capital, que antes fluía para mercados emergentes de maneira bastante consistente, pelo menos desde a eleição de Joe Biden para a presidência americana.
Em paralelo, a tecnologia foi novamente a mais atingida. Desde o final de janeiro, o rendimento do Tesouro de dez anos subiu mais de 50 pontos base, para cima de 1,60% — estamos recuperando o patamar dos juros de dez anos do período pré-Covid e o mercado está tentando acompanhar essa precificação.
Nos últimos três meses, os mercados anteciparam em um ano o preço do primeiro aumento da taxa para o segundo semestre de 2022.
Não entendemos uma rápida elevação nos yields como uma ameaça à recuperação das ações e esperamos que os bancos centrais sigam flexíveis em suas políticas — a retórica de Lagarde deve sagrar-se vitoriosa sobre o gradualismo para mudanças de política monetária.
À medida que o crescimento econômico se acelera, partes do mercado com sensibilidade cíclica apresentam desempenho superior, embora possa haver surtos ocasionais de volatilidade — a dicotomia aqui entre crescimento e tese de valor é algo como tendência de curto e de longo prazo.
A volatilidade de curto prazo indica uma continuidade do movimento das ações cíclicas, pelos menos no primeiro semestre de 2021, mas a tendência de longo prazo é a da nova economia e ninguém tira isso dela — momentos de estresse acontecerão, uma vez que ativos financeiros não respeitam uma trajetória bem comportada.
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Jojo Wachsmann