Colunista Vitreo

Jojo Wachsmann: Dançando com os gringos

02 mar 2021, 9:18 - atualizado em 02 mar 2021, 9:18
Coluna Vitreo
Contínua e sublime recapitulação / O Nome da Rosa (1986) (Imagem: Reprodução)

Bom dia, pessoal!

Imersos em uma realidade internacional, os ativos de risco locais iniciaram o bimestre acompanhando, de maneira bastante fidedigna, os mercados globais, até que foram atingidos pelo (adivinhem) noticiário político.

A verdade é que o câmbio e os juros inclinados denunciam os problemas estruturais com os quais nos defrontamos.

Quem disse que 2021 seria fácil? Hoje (2), os mercados abrem predominantemente subindo na Europa. Futuros de Wall Street acompanham inversamente o movimento, pelo menos até agora. A ver…

Irrealidade doméstica

Diante do pior momento da pandemia e do colapso do sistema de saúde em algumas localidades brasileiras, a curva de juros e o dólar se estressam, com este último sendo cotado na casa dos R$ 5,60.

A Bolsa consegue se desvencilhar um pouco do problema, reagindo a resultados e acompanhando o panorama internacional, mas a notícia de que o governo elevará o imposto cobrado sobre bancos, entre outras medidas — como o fim do Regime Especial da Indústria Química (Reiq) e mudanças no IPI para a compra de carros por pessoas com deficiência —, de forma a compensar a zeragem do PIS/Cofins sobre o diesel e do imposto federal sobre o gás de cozinha, piorou o humor geral.

Assim, com pressão do setor financeiro e das estatais, que ainda estão em holofote negativo dos investidores, o Ibovespa terá que lutar muito para sair dos 110 mil pontos atuais — ontem (1º), chegamos aos 112 mil, para depois devolver tudo.

Gradualmente, a Bolsa também segue mais e mais a sensibilidade para com a aprovação da PEC Emergencial, que terá seu parecer lido hoje e sua votação na quarta-feira (3) — a expectativa é que as parcelas do auxílio emergencial de R$ 250 até junho serão confirmadas.

Em meio a mais uma elevação de preços dos combustíveis por parte da Petrobras (4,7% na gasolina e 5% no diesel), o caldo político no qual o país está imerso definitivamente não é simples.

Maior estabilidade dos yields e o risco inflacionário

Em meio à continuidade do discurso do Fed, que ontem foi mais uma vez indiferente à volatilidade recente do mercado de títulos, os juros dos Treasuries de dez anos tiraram o início de março para dar uma acalmada — de 1,60% flertado anteriormente, a curva voltou para a faixa de 1,40%, ainda elevada se comparada com seis meses atrás (não se engane, ainda poderemos ver mais uma recapitulação).

Lael Brainard, governadora do Federal Reserve dos EUA, falará hoje, com um foco mais macroeconômico — a autoridade é conhecida como uma das lideranças para economia mais influentes da instituição.

Sobre o risco de inflação, tem valido a pena acompanhar o noticiário europeu. Hoje, a estimativa provisória para a inflação dos preços ao consumidor de fevereiro na área do euro será apresentada. Tal como aconteceu com os dados de inflação alemães de ontem, há uma tendência positiva para os preços ao consumidor da área do euro.

No ano passado, a inflação da área do euro foi subnotificada, porque o Eurostat (autoridade responsável pelo acompanhamento do indicador) presumiu que as pessoas estavam gastando como em 2019, o que não é verdade, uma vez que a cesta de consumo mudou.

A Europa se antecipou aos EUA e agora passará a apresentar dados de inflação mais alinhados com a realidade — provavelmente, porém, mesmo diante de mais inflação, as autoridades monetárias manterão seu discurso expansionista.

Por que a Arábia Saudita quer aumentar a produção?

Os preços do petróleo estão recuperando os patamares pré-pandemia e a Arábia Saudita quer aumentar a produção, o que provocaria uma queda nos preços (a decisão deve ser apresentada entre quarta e sexta-feira). Mas por quê?

Bem, em primeiro lugar, preços mais altos significam que países como a Arábia Saudita, que dependem do petróleo para equilibrar seus orçamentos, podem gerar receitas extremamente necessárias. Existe uma elasticidade-preço da demanda aqui que permite que, com um preço menor e mais oferta, as pessoas se inclinem a consumir mais, gerando mais caixa para o governo árabe.

Em segundo lugar, se a Opep+ não começar a produzir mais, outros países o farão, incluindo os frackers texanos, que foram marginalizados pela queda do petróleo e sofreram um baque terrível neste começo de ano com a frente fria.

Assim, em nome da preservação de sua participação de mercado, a Opep+ deve lutar por um aumento de produção, com expectativa de adição, durante o segundo semestre, mais de 1,3 milhão de barris por dia de fornecimento.

Por fim, ainda, há um terceiro motivo: a autopreservação. Veja, se os preços da gasolina continuarem subindo e chegarem a US$ 3 o galão nos EUA (sim, a alta dos combustíveis é no mundo inteiro e não é exclusividade da Petrobras, ainda que o presidente ache que seja), o movimento acelerará os investimentos em energia limpa e alternativa, como o gás de xisto, persuadindo mais motoristas consumidores de gasolina a trocarem seus veículos e as indústrias a alterarem suas fontes de energia.

Logo, se o preço do petróleo atingir níveis muito elevados, isso apenas ajudará na história das energias renováveis.

Anote aí!

O dia começou com IPC-Fipe aqui no Brasil, que mostrou uma desaceleração em fevereiro frente a janeiro (de 0,86% em janeiro para 0,23% em fevereiro). Ao longo do dia, teremos índice de preços ao produto, IPC-S das capitais, vendas de veículos e apresentação de emendas à Lei Orçamentária Anual.

No exterior, a começar pelos EUA, vale acompanhar o evento do Fed com a fala de autoridades monetárias. Na Europa, o índice de preços ao consumidor mencionado acima é o grande indicador do dia, enquanto na Ásia investidores acompanham o PMI composto do Japão e da China (de noite).

Muda o que na minha vida?

Investimentos em private equity superaram o investimento em ações em 2020, com um retorno de 22% contra 19% para o Russell 2000 — índice de referência americano para small caps.

É provável que essa tendência continue no longo prazo, especialmente com os retornos dos principais índices de ações provavelmente mais baixos no futuro.

O interesse dos investidores em investimentos alternativos permanece robusto e crescente, com cerca de 80% dos investidores planejando aumentar as alocações para a classe de ativos até 2025 — é uma tendência global.

Basicamente, com as Bolsas desenvolvidas caras e os juros baixos (a renda fixa não paga nada), o dinheiro flui para ilíquidos, como private equity.

Provavelmente, para a próxima década, empresas que foquem investimentos desse gênero, com uma temática de ESG, de saúde e tecnologia, ou até mesmo de companhias em situação especial, se reestruturando depois das múltiplas crises do milênio, ganharão espaço.

Por isso, desenvolvemos na Vitreo a Carteira Administrada de Investimentos Alternativos, que funciona de forma não-discricionária (o investidor decide, rodada a rodada, em qual quer entrar). Um grande cavalo para surfar os mercados nos próximos dez anos. Por uma exigência da CVM, a Carteira Administrada de Investimentos Alternativos da Vitreo é restrita a investidores profissionais.

Fique de olho!

A Vitreo lançou hoje o Vitreo Emerging Markets Equities, o fundo de ações globais focado em commodities, manufatura e semicondutores, que investe nos principais países em desenvolvimento do mundo.

Através dele, você poderá diversificar o seu portfólio com uma alocação muito estratégica neste segmento, que tem impulsionado de maneira bastante significativa a economia global.

Segmento que movimentou mais de US$50 bilhões apenas em janeiro, em investimentos internacionais, de acordo com o Instituto Internacional de Finanças (IIF), conforme notícia abaixo:

Fonte: UOL

 

E que tem tudo para seguir sua tendência de crescimento nos próximos meses, muito embora seja sempre importante ressaltar que não há qualquer garantia de rentabilidade:

Fonte: Valor Investe

Fazem parte da carteira do Vitreo Emerging Markets Equities investimentos em países como a China, Coreia do Sul, Taiwan, Índia, Rússia, África do Sul, Indonésia e, é claro, o Brasil.

Para saber mais sobre o Vitreo Emerging Markets Equities e conhecer todas as condições de contratação do produto, caso ele faça sentido para o seu perfil de investimento, clique no botão abaixo.

Ah, e não esqueça de ler o seu regulamento completo, ok? Somente assim a sua alocação poderá ser concluída.

[EU QUERO CONHECER O FUNDO EMERGING MARKETS]

As rentabilidades apresentadas nas comunicações da Vitreo não são líquidas de impostos.

Não deixe de ler o regulamento do fundo em que você deseja se expor, assim como seus fatores de risco antes de investir.

E, lembre-se: a aplicação em fundos de investimento não conta com a garantia do FGC, de qualquer mecanismo de seguros ou dos prestadores de serviço do fundo.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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