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Joint venture chinesa da Jeep pede proteção contra credores

31 out 2022, 12:50 - atualizado em 31 out 2022, 12:50
Jeep
O anúncio ocorre após decisão surpresa da Stellantis em julho de encerrar o empreendimento com a GAC, alguns meses depois de dizer que aumentaria sua participação de 50% para 75% (Imagem: Facebook/jeep)

A joint venture chinesa da Jeep entrará com pedido de proteção contra credores, disseram a Stellantis e a Guangzhou Automobile (GAC) nesta segunda-feira, após um longo declínio da marca no maior mercado de automóveis do mundo.

O anúncio ocorre após decisão surpresa da Stellantis em julho de encerrar o empreendimento com a GAC, alguns meses depois de dizer que aumentaria sua participação de 50% para 75%.

O presidente-executivo da Stellantis, Carlos Tavares, na época, culpou a crescente influência política em fazer negócios com parceiros na China, enquanto a GAC disse que estava “profundamente chocada” com a decisão da montadora.

Desde então, o grupo italiano disse que busca um modelo de negócios baseado em importação na China e que não haverá grande impacto de longo prazo com o rompimento com a GAC.

As vendas do empreendimento, que produz o Jeep Cherokee SUV e o crossover Compass, estão em declínio acentuado nos últimos quatro anos, com queda de 50% em 2021 em relação ao ano anterior, para 20.396 veículos. Em 2022, vendeu menos de 2 mil veículos e, em maio, informou vender apenas um único veículo.

A reviravolta da Stellantis deixa dúvidas sobre sua capacidade de prosperar na China, onde está sendo derrotada por rivais internacionais e locais.

“Nenhuma empresa automobilística global pode se dar ao luxo de não estar no maior mercado de automóveis do mundo”, disse Tavares no final de 2020, pouco antes de concluir a fusão entre a Fiat Chrysler e a PSA que criou a Stellantis.

O grupo pretende que as receitas na China atinjam 20 bilhões de euros até 2030, ou 7% do total esperado – um salto acentuado em relação aos 3,9 bilhões de euros de faturamento na China, Índia e Leste Asiático, em 2021.

Bill Russo, chefe da consultoria Automobility e ex-executivo da Chrysler, disse que o empreendimento da Jeep não conseguiu acompanhar as mudanças no mercado chinês.

“Tinha todo o direito de ser bem sucedido em um mercado que abraçou veículos utilitários esportivos”, disse ele. “Mas você não pode executar um modelo de negócios dos anos 1980 quando o século 21 chegou.”

A GAC disse que o empreendimento tinha passivos de quase 111% de seus ativos de 7,3 bilhões de iuans (1 bilhão de dólares). A decisão não terá impacto significativo em suas operações, acrescentou a empresa.

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