João Hazim: é necessário se educar para entender o bitcoin como ferramenta de proteção
O que sabemos até aqui é que boa parte do mundo parou. Sabemos também que, para minimizar a falta de atividade produtiva durante esse período, as impressoras de papel-moeda estão ligadas a todo vapor. Estamos vivendo, ao vivo e em cores, um verdadeiro airdrop estatal.
Resumidamente falando, estamos vendo um enorme aumento na oferta de papel-moeda. Quando esse aumento acontece, o valor do bem ofertado, em algum tempo, diminui. Isso se dá pelo simples fato da diminuição da sua escassez.
Essa regra vale para praticamente tudo, inclusive para moedas fiduciárias.
Dito tudo isso, reservas financeiras construídas por anos, fruto de muito suor e privação, perderão valor sem que isso seja notado pela grande maioria das pessoas. Provavelmente, a maior parte delas perceberá quando for tarde demais.
Bote salva-vidas pós-pandemia: educação cripto
Por conta de tudo isso, a migração de reservas financeiras para ativos verdadeiramente escassos, como é o caso do bitcoin, faz bastante sentido como forma de proteção da total exposição às moedas fiduciárias que, de escasso, não tem absolutamente nada.
E para investir em bitcoin é necessário, em primeiro lugar, estudar sobre esse mercado. Mais do que isso, é necessário estressar todos os processos, já que se trata de um ativo que oferece liberdade e autonomia, mas que, por outro lado, cobra muita responsabilidade.
Então, se faz sentido investir em bitcoin, é bom saber que o início desse processo é se aprofundar a respeito dessa classe de ativos, antes de fazer o investimento de fato. Não só por suas particularidades, mas também porque não faz o mínimo sentido investir em algo que não se conhece.
A informação, para quem quiser, está disponível na internet. Filtre as promessas, coloque de lado o conteúdo vazio e encontre conteúdos gratuitos e de excelente qualidade (sim, eles existem).
Pesquise quem são as empresas e as pessoas que tratam desse mercado com a seriedade que ele merece e aprofunde-se sobre todas elas.
Quando sentir um pouco de segurança, abra conta numa corretora nacional e envie R$ 50.
Lá, converta esse valor em bitcoin. Abra conta numa corretora internacional. Saque satoshis (frações de bitcoin) da sua carteira na corretora nacional direto para a sua carteira de bitcoin na corretora internacional.
Em seguida, troque 10% dos seus satoshis por altcoins. Baixe uma mobile wallet e envie um pouco do seu saldo cripto da corretora internacional para a sua mobile wallet.
Faça isso até perder parte do seu saldo em algum processo errado. Parece loucura, mas torça para isso acontecer. Terá custado muito barato errar com tão pouco. Então teste, teste e teste.
Quando você estiver entendendo sobre o mercado, os valores que essa tecnologia carrega consigo e os processos, você terá a opção de se expor ao bitcoin.
Mais do que isso, se respeitada essa ordem lógica de aprendizado, você estará exposto a um propósito. E acredite, esse propósito servirá para você como um bote salva-vidas pós-pandemia.
Oportunidades além do preço
A maioria das pessoas que entram nesse mercado tem o objetivo de especular sobre o preço dos ativos. Não há absolutamente nada de errado com isso.
O que muitos não percebem é que, para investir, é preciso estudar. Estudar, por sua vez, abre portas que estão completamente fora do radar da maioria e que podem ser tão importantes quanto o preço.
No começo deste ano, o LinkedIn publicou um artigo que dizia que algumas das competências mais procuradas em 2020 seriam aquelas ligadas à tecnologia blockchain.
Ou seja, o mesmo hype que beneficiou profissionais de inteligência artificial e “machine learning” anos atrás deverá, agora, se voltar a favor daqueles que entendem de blockchain.
Estamos falando, então, de um mercado completamente incipiente e que proporcionará muitas oportunidades profissionais para aqueles que hoje se dedicam a estudar essa tecnologia.
Infelizmente, poucos se dão ao trabalho de entender como tudo funciona e, justamente por conta disso, pode ser fácil, num primeiro momento, ingressar nesse mercado como um profissional qualificado.
É importante perceber que funções operacionais podem estar com os dias contados. Já existem, por exemplo, testes de empresas transportadoras de mercadoria que funcionam de maneira completamente autônoma.
Os caminhões não precisam de motoristas e os produtos são descarregados por máquinas. Portanto, pensar em se reinventar profissionalmente nunca fez tanto sentido. Afinal, como diz o ditado, “em terra de cego, quem tem um olho é rei”.
Um outro dado interessante é que, hoje, a maiorias das vagas disponíveis nesse setor também indicam que estamos falando de um mercado em estágio inicial.
A grande maioria delas são para desenvolvedores. Posições abertas para profissionais de vendas e atendimento ao cliente, por exemplo, que caracterizariam um mercado mais maduro, ainda são raras.
Portanto, não restam dúvidas de que a educação cripto, na pós-pandemia, pode fazer sentido de diversas formas, além dessas citadas até aqui. Essas são as mais óbvias mas, com certeza não são as únicas, já que diversos negócios diferentes surgirão a partir dessa semente chamada bitcoin.
João Hazim é administrador e especialista em varejo de bens e serviços. Nascido em Florianópolis é, desde sempre, um heavy user de assuntos e produtos ligados à tecnologia. Desde 2017, está envolvido em projetos ligados a criptoativos e blockchain por enxergar muito valor nesse mercado. É cofundador de projetos como o Criptotermos e a EscolaCripto.