João Hazim: a favor da liberdade comercial em tempos de pandemia
Ainda que pareça fazer sentido, o Estado não deve interferir na precificação de produtos. Estamos vendo isso acontecer agora, por conta do coronavírus, com produtos de higiene pessoal, máscaras cirúrgicas, medicamentos etc.
A justificativa para isso é o “bem coletivo”, como se o Estado estivesse protegendo a população contra oportunistas que querem se aproveitar do sentimento e medo das pessoas. Isso até existe, mas vamos aos fatos.
Em primeiro lugar, intervenções geram insegurança para quem produz e para quem vende. A decisão sobre o preço é de quem produz e de quem vende, não do Estado. O Estado não tem competência para interferir em políticas administrativas e comerciais de empresas que passam por picos de demanda.
Se um determinado estabelecimento abusa no preço cobrado, devido a uma demanda emergencial por um determinado produto, duas coisas podem acontecer.
A primeira delas é a compra racional do produto, fazendo com que ele não acabe rapidamente e sirva um maior número de pessoas.
A segunda é o surgimento de um novo fornecedor, que vê, nesse aumento de preço, a oportunidade de entrar nesse mercado, para vender mais barato e, dessa forma, viabilizar uma oportunidade de negócio.
Do contrário, se a demanda aumenta demais e o preço está congelado por determinação estatal, poucas pessoas compram grandes quantidades sem necessidade e, posteriormente, quem precisa de verdade acaba ficando sem o produto. Ou seja, uma anomalia de mercado se apresenta, prejudicando inclusive, nesse caso, a contenção do vírus.
O mercado se autorregula e é dessa maneira que as soluções se dão, de maneira mais eficiente e natural. Isso precisa ser compreendido e aceito, de uma vez por todas.
Além da querer controlar o preço, alguns países cogitam confiscos de produtos. Isso é ainda mais grave e também não pode acontecer. A consequência desse tipo de discurso é insegurança para quem empreende.
Empreendedores se sentem desencorajados a investir e, assim, a possibilidade da criação de riqueza de verdade é reduzida. No médio/longo prazo, a crise se instala e o “problema é resolvido”, ligando a impressora para imprimir mais papel colorido com cara de gente morta.
Abaixo, confira o vídeo de João Hazim sobre este artigo:
João Hazim é administrador e especialista em varejo de bens e serviços. Nascido em Florianópolis é, desde sempre, um heavy user de assuntos e produtos ligados à tecnologia. Desde 2017, está envolvido em projetos ligados a criptoativos e blockchain por enxergar muito valor nesse mercado. É cofundador de projetos como o Criptotermos e a EscolaCripto.