João Doria: O que os impasses sobre a candidatura do presidenciável do PSDB ensinam sobre imagem e reputação
O político e atual governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), gerou dúvidas, nesta quinta-feira (31), sobre a sua candidatura à Presidência da República. Concorrer ao cargo do Planalto será, até o momento, o maior projeto de Doria enquanto político.
João Doria fala sobre sua pré-candidatura à presidência, acompanhe ao vivo
A desistência poderia manchar sua imagem profissional e carreira política, como explica João Márcio Souza, CEO da Talenses Executive, empresa do grupo dedicada exclusivamente ao recrutamento de executivos para posições no Top Management (C-Level) e conselho de organizações.
Souza explica que “é necessário considerar que estamos em um mundo globalizado e tecnológico, o que gera mais visibilidade para as pessoas”.
Ele ainda define o momento atual como a “era da reputação”, na qual tudo o que acontece em poucos segundos já está nas redes sociais, gerando um fator reputacional.
Porém, o CEO traz uma ressalva: tudo depende de quem estamos falando.
“Quando você fala de uma figura pública qualquer acontecimento envolvendo aquela pessoa terá um impacto reputacional”, diz.
Ou seja, os impactos são variados e proporcionais as pessoas e seus papéis.
No caso de Doria, o especialista vê que o recente episódio de indecisão não é um exemplo de algo que vai impedir sua carreira política, mas que pode gerar uma marca nela.
Esse acontecimento, ao longo do tempo, pode ser algo administrado pelo controle de danos de imagem, por exemplo, “ele vai construindo outra narrativa para justificar essa decisão”, explica Souza.
O CEO acrescenta que a questão da reputação no alto escalão é muito determinante, pois lida com credibilidade e confiança, e acontecimentos assim acabam sendo muito lembrados.
João Doria e a diferença entre ser um candidato ou aventureiro
A situação envolvendo o governador ensina, para uma carreira, a importância de saber o que realmente quer.
“O ideal é não deixar chegar nesse ponto. Não levar tão longe o projeto sem certeza. É grande diferença entre ser um candidato ou um aventureiro”, diz Souza sobre até que ponto uma pessoa pode manchar sua imagem e carreira ao mudar de ideia.
Logo, ao se candidatar a um cargo, seja ele o de presidente da República ou de diretor de uma empresa cabe avaliar com cautela, pois os impactos para sua imagem profissional são duradouros.
“Não entre em qualquer projeto como aventureiro é necessário amadurecer a ideia, o projeto, na origem dele, bem antes de chegar no limite das conversas. Se lá na frente você desiste isso pega muito mal”, aconselha o CEO.