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JetSmart vê oportunidades em setor aéreo na América Latina

31 jul 2020, 15:59 - atualizado em 31 jul 2020, 15:59
Jetsmart
A JetSmart, que opera principalmente no Chile e na Argentina, negocia contratos e ajusta seu plano de frota (Imagem: Facebook/Jetsmart)

A companhia aérea de ultrabaixo custo JetSmart Airlines acelera os planos de expansão na América do Sul, depois que as maiores aéreas da região cederam terreno após serem obrigadas a pedir recuperação judicial diante do colapso das viagens devido à Covid-19.

Controlada pela empresa de private equity Indigo Partners, do discreto magnata Bill Franke, que também detém o controle da Frontier Airlines, a JetSmart planeja lançar uma companhia aérea no Peru no início de 2021 e uma operação de carga dentro de meses.

A área também está de olho em uma possível entrada no Brasil e na Colômbia, dependendo de como a pandemia afetar o setor, disse o diretor-presidente da JetSmart, Estuardo Ortiz.

“Estamos planejando acelerar nossa expansão com base em como o mercado se recupera e estamos em uma boa posição para fazê-lo.

A Indigo Partners e todos nossos fornecedores estratégicos continuam a apoiar a companhia aérea”, afirmou o executivo em entrevista por telefone. “Esta situação é sem precedentes. Isso mudará a forma como a concorrência e o mercado estão estruturados.”

A crise global das viagens esmagou o setor de companhias aéreas na América Latina, e o tráfego caiu 91% em junho em comparação com o ano anterior, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês).

Enquanto outras regiões reabriram aeroportos e permitiram a retomada dos voos, governos latino-americanos mantiveram as fronteiras fechadas em meio ao avanço do vírus, transformando a região em epicentro global.

“A América Latina será de longe a região mais atingida pelas restrições e fechamentos de fronteiras do que qualquer outra região do mundo”, disse Peter Cerda, vice-presidente regional da IATA para as Américas em conferência de imprensa na quinta-feira. Globalmente, a organização não espera recuperação da demanda para os níveis de 2019 antes de 2024.

A crise levou duas das maiores aéreas da América do Sul, Latam Airlines e Avianca, a buscar proteção contra credores nos EUA e reduzir as operações. A Latam saiu da Argentina, e a Avianca deixou o Peru.

A JetSmart, que opera principalmente no Chile e na Argentina, negocia contratos e ajusta seu plano de frota, incluindo a entrega de aeronaves Airbus, durante os próximos dois anos. Ortiz vê retorno de 75% a 80% da demanda até o final de 2021.

A companhia aérea iniciará as operações no Peru no primeiro semestre do próximo ano com duas a três aeronaves. Antes da pandemia, o executivo esperava iniciar operações na Colômbia e no Brasil dentro de dois a três anos. Mas a companhia aérea está posicionada para acelerar os planos, disse Ortiz.

“Adotamos uma visão de longo prazo do que seria necessário e do capital necessário”, disse. “A Covid-19 pode, a longo prazo, oferecer uma oportunidade para a JetSmart, pois pode abrir rotas e aeroportos.”