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Jeep nomeia 1ª mulher para liderar planta no Brasil pós-pandemia

24 ago 2020, 14:17 - atualizado em 24 ago 2020, 14:18
JEEP
Juliana Coelho foi anunciada como a plant manager do Polo Automotivo Jeep em Pernambuco em julho (Imagem: Facebook/JEEP)

Se as montadoras globais estão sendo forçadas a inovar e se adaptar aos tempos desafiadores, a decisão da Fiat Chrysler Automobiles de escolher uma engenheira de 31 anos para dirigir sua fábrica no Nordeste do Brasil é um sinal dos tempos.

Juliana Coelho foi anunciada como a plant manager do Polo Automotivo Jeep em Pernambuco em julho, após uma paralisação de 48 dias devido à pandemia do novo coronavírus.

A fábrica, que tem capacidade para fabricar 280.000 veículos por ano – incluindo os modelos Renegade e Compass da Jeep e a picape Toro da Fiat – agora está perto da capacidade total de 1.000 carros por dia.

Ao nomear Juliana para a função, a montadora não só coloca a primeira mulher para continuar na evolução do desenvolvimento de produtos e melhoria de processos, mas também coloca uma cidadã local para gerenciar uma força de trabalho de 10.600 pessoas – cerca de 13% da população de Goiana, onde está localizada a fábrica. O percentual de mulheres trabalhando por lá não para de crescer e já chega a 20% do total.

“Fico muito feliz em ver que o número de mulheres vem aumentando no Polo Jeep. Pegamos os maridos e as mulheres foram entrando pouco a pouco”, disse Juliana durante entrevista online a partir da fábrica. “Uma região foi transformada por causa desse polo. Pessoas tiveram seu primeiro emprego com carteira assinada onde não havia nada”.

Desde 2019, a indústria automotiva brasileira vinha tentando se recuperar de sua crise mais profunda em décadas. Mas os efeitos da pandemia colocaram o setor de volta no vermelho, com perspectiva de queda de 45% na produção de veículos em 2020, queda de 40% nas vendas e recuperação do mercado projetada apenas para 2025, segundo a associação das montadoras Anfavea.

A FCA no Brasil, com as marcas Fiat e Jeep, apesar das quedas generalizadas nas vendas do setor, conseguiu aumentar sua participação no mercado de automóveis e comerciais leves em 1 ponto percentual até agora em 2020, segundo dados da federação das concessionárias Fenabrave. Nos primeiros 7 meses do ano, o grupo acumula 19,64% de participação, liderando o mercado nacional.

Juliana, que pretendia cursar engenharia química para trabalhar na indústria de petróleo e gás, mudou de ideia quando a FCA iniciou a construção da fábrica pernambucana em setembro de 2012.

Ela fez parte do primeiro grupo de 40 engenheiros contratados pela empresa para o Polo Automotivo Jeep, e a única mulher trabalhando na área de pintura.

Ela logo passou de de especialista de processo de pintura para supervisora e gerente da pintura e gerente da montagem. Depois de uma breve passagem de 21 meses pelo Polo Fiat em Betim, Minas Gerais, ela voltou para casa.

Os problemas logísticos que surgiram com o fechamento do comércio global no início da crise foram superados e agora o foco está na saúde e segurança. Os modelos produzidos na fábrica da Jeep em Pernambuco são exportados para países da América Latina.

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