JBSS3, MRFG3, BRFS3 e BEEF3: Os frigoríficos para ter na carteira antes do 4T24

A temporada de resultados dos frigoríficos do quarto trimestre de 2024 (4T24) deve seguir tendências de trimestres anteriores, com as empresas de aves ainda apresentando margens sólidas, segundo o BTG Pactual.
De acordo com os analistas da instituição, embora JBS (JBSS3) (via Seara e PPC) e BRF (BRFS3) ainda devam reportar resultados fortes, as margens devem cair sequencialmente, mesmo com o suporte de um câmbio mais favorável (o real se desvalorizou 5% em relação ao dólar no trimestre, em média).
“Os volumes de frango estão aumentando, os preços de exportação caindo em dólar e os custos denominados em dólar começam a pesar na lucratividade, embora o impacto principal seja esperado para 2025. Estimamos que as margens da avicultura em 2025 caiam para 14% na Seara e BRF (de 18% em 2024) e para 13% na PPC (de 15%)”, comenta Thiago Duarte, Bruno Henriques, Guilherme Guttila e Gustavo Fabris.
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Para os produtores de carne bovina, o banco enxerga um trimestre mais desafiador, com a alta de 33% no preço do gado no trimestre impactando as margens da JBS Brasil Beef, Minerva Foods (BEEF3) e Marfrig (MRFG3).
A JBS segue como a top pick do BTG no setor de alimentos, apoiada por sua diversificação e um rendimento de FCF (Fluxo de Caixa Livre) de dois dígitos, oferecendo um suporte ao preço da ação.
As projeções do BTG para frigoríficos no 4T24
Para a JBS, o BTG estima uma receita de R$ 120 bilhões, um crescimento de 24% em relação ao ano anterior e 8% na comparação trimestral, e um Ebitda de R$ 10,2 bilhões, avanço de 104% na base anual, mas queda de 15% no trimestre, com margem de 8,5%, aumento de 330 pontos-base na comparação com o ano passado e recuo de 230 pontos-base frente ao trimestre anterior.
A BRF, segundo o banco, deve reportar uma receita consolidada de R$ 16,6 bilhões, alta de 15% na comparação anual e de 7% frente ao trimestre anterior, com volumes subindo 5% em relação ao ano passado. O Ebitda deve ser de R$ 3,0 bilhões, com margem de 18,2%, e o lucro estimado é de R$ 1,4 bilhão.
A Marfrig, por sua vez, deve registrar uma receita (excluindo BRF e operações descontinuadas) de R$ 22,9 bilhões, crescimento de 3% na base trimestral, e um Ebitda de R$ 811 milhões, queda de 5% em relação ao trimestre anterior, com margem caindo 34 pontos-base no período para 3,8%.
Já a Minerva deve apresentar um aumento sequencial de 11% na receita, totalizando R$ 9,9 bilhões, e um Ebitda de R$ 823 milhões, crescimento de 36% na comparação anual, com margem de 8,7%, recuo de 110 pontos-base frente ao ano anterior e de 80 pontos-base em relação ao trimestre anterior.
O banco conta com as seguintes recomendações para as ações:
- JBS: compra, preço-alvo de R$ 48 (potencial de alta de 36,83%)
- BRF: neutro, preço-alvo de R$ 25 (potencial de alta de 16,71%
- Marfrig: neutro, preço-alvo de R$ 20 (potencial de alta de 32,36%)
- Minerva: neutro, preço-alvo de R$ 7 (potencial de alta de 55,21%)
A visão do Bank of America
O Bank of America espera que os frigoríficos apresentem resultados sólidos, mas os analistas acreditam que os lucro atingiram provavelmente o pico no terceiro trimestre, principalmente para o frango.
“Os custos com ração começaram a aumentar, principalmente o milho, devido ao real mais fraco. Por um lado, os preços da proteína em dólares americanos têm ficado estáveis/baixos, mas os preços domésticos no Brasil têm se recuperado”, explicam Isabella Simonato e Julia Zaniolo.
Os analistas do BofA reforçam sua preferência por JBS (top pick, preço-alvo de R$ 50 e potencial de alta de 42,65%), que deve registrar resultados do 4T24 dentro do guidance, destacando os benefícios da diversificação geográfica e de produtos.
Para Marfrig (preço-alvo de R$ 21 e potencial de alta de 38,89) e BRF (preço-alvo de R$ 29 e potencial de alta de 35,07%) , eles contam com uma recomendação neutra, com valuations pouco atrativos. Já para Minerva, o banco recomenda venda (preço-alvo de R$ 7,10 e potencial de alta de 57,78%) pelos riscos do ramp-up de ativos adquiridos.
A BRF e Marfrig divulgam seus números em 26 de fevereiro, já a Minerva e JBS reportam seus resultados em 19 e 25 de março, respectivamente.