JBS vive o melhor trimestre de sua história (e ele talvez não se repita mais)
O segundo trimestre entrará para a história da JBS (JBSS3) como o melhor de todos os tempos, e com fortes chances de não ser superado por muito tempo – talvez, para sempre. Essa visão otimista não vem da direção da companhia, mas do Credit Suisse, em relatório obtido pelo Money Times.
“Acreditamos que a JBS entregará o melhor trimestre da história da companhia no 2T20”, afirmam Victor Saragiotto e Felipe Vieira, que assinam a análise. Entre os números que a dupla aguarda, está um ebitda de R$ 7,7 bilhões, uma cifra 29% superior ao atual recorde da empresa, registrado no terceiro trimestre de 2019.
Além disso, o número seria 57% maior que o do segundo trimestre de 2019, catapultado pela forte alta do preço da carne (acima de 35%), e pela queda de 13% da arroba do boi para abate. Os analistas admitem que seu otimismo destoa do consenso de mercado e dos gestores que mantêm a JBS em suas carteiras (o chamado buy-side).
Mas eles reiteram sua confiança no desempenho da companhia. “Permanecemos muito compradores em JBS e reafirmamos nosso rating de outperform”, declaram. O preço-alvo para os papéis é de R$ 40, o que significa um salto de 79% sobre a cotação de segunda-feira (6), usada como referência pelo banco.
Câmbio favorável
O Credit Suisse elevou a projeção de receitas da JBS em 28% e 32%, respectivamente, para 2020 e 2021, beneficiada pela alta do dólar. O ebitda total de 2020 é calculado em R$ 24,8 bilhões – um incremento de 16%. No ano que vem, o indicador é estimado em R$ 23,6 bilhões.
Para não haver dúvidas sobre sua confiança, os analistas a enfatizam em outro trecho do relatório. “Em nossa visão, o segundo trimestre será um trimestre para ser lembrado, e dificilmente será batido nos próximos trimestres”, ressaltam.
Mas, então, por que comprar ações de uma empresa que acaba de viver seu auge? Segundo o Credit Suisse, a dúvida é pertinente e compreensível, e sua resposta é que “esse momento durará mais que um trimestre”, favorecido pelas boas perspectivas das operações nos EUA.
“Além disso, o real mais depreciado ajudará a compensar, parcialmente, a pressão de custos que está por vir na Seara”, acrescenta o banco.