JBS (JBSS3): Com queda nas operações de EUA e Brasil, XP vê 1T23 como ‘divisor de águas’; vale investir?
A XP Investimentos projeta que a JBS (JBSS3) reportará resultados fracos no primeiro trimestre de 2023 (1T23), com números mornos nas operações dos Estados Unidos e Brasil.
Na visão da corretora, os destaques negativos devem ficar para US Beef, JBS Brasil e Seara, para as quais são projetadas margens e top line (primeira linha do balanço) em quedas sequenciais. Assim, a projeção é de receita líquida de R$ 88 bilhões, queda entre 3% ano a ano, e um Ebitda ajustado de R$ 2,5 bilhões, queda de 75% ao ano e de 45% trimestre a trimestre.
No entanto, a XP prevê resultados melhores no 2T23, tanto por melhores dinâmicas de oferta e demanda de aves nos EUA e Brasil, quanto uma melhor demanda para US Beef no segundo trimestre, enquanto vemos preços e custos de gados mais baixos para a JBS Brasil. Dessa forma, a corretora acredita que o 1T23 será um divisor de águas para os resultados da JBS.
A recomendação da XP para JBS segue como compra, com preço-alvo de R$ 39.
Dados financeiros
Para US Beef no 1T23, que contou com demanda tímida, que deve crescer no 2T e 3T, a projeção é de receita líquida de US$ 4,9 bilhões, queda de 10% ano a ano e 9% trimestre a trimestre. A JBS está enfrentando custos de gado mais altos devido à localização de suas plantas (regiões severamente afetadas por secas).
Dessa forma, a XP projeta que o Ebitda ajustado cairá para 1,6% (contra 2,1% no 4T22), em US$ 81 milhões, recuo expressivo de 90% ano a ano e queda de 28% trimestre a trimestre.
Quanto à marca Seara, o mercado superofertado, somado à pior sazonalidade do 1T, afetará negativamente os resultados. Para a corretora, a projeção é de receita líquida de R$ 10,2 bilhões, avanço de 8% ano a ano, mas recuo de 7% trimestre a trimestre, com margem trimestral caindo 40 pontos-base, para 6%, traduzindo-se em um Ebitda ajustado de R$ 610 milhões, queda de 1% ano a ano e 13% trimestre a trimestre.
Por fim, para a JBS Brasil, a XP prevê resultados fracos devido à falta de apetite da China, com receita líquida de R$ 13 bilhões, queda de 9% ano a ano e trimestre a trimestre, e Ebitda ajustado de R$ 250 milhões, com recuo de 43% ano a ano e 26% trimestre a trimestre.