JBS (JBSS3): Agência melhora a perspectiva para o rating da companhia; veja os detalhes
A agência de classificação de risco S&P Global Ratings melhorou a perspectiva para a nota de crédito da JBS (JBSS3) de negativo para estável, refletindo a previsão de que a alavancagem permanecerá abaixo de 3 vezes nos próximos anos, mesmo levando em conta as instabilidades do ciclo de gado no Brasil e no exterior.
Durante o pregão desta quarta-feira (16), as ações da JBS subiram 1,55%, consolidando um avanço de 44,45% no ano.
De acordo com os analistas Flavia Bedran e Luciano Gremone, a diversificação da JBS desempenhou, em 2024, um papel importante na mitigação das fraquezas do setor e na sustentação geral das margens, apesar da volatilidade inerente de seus negócios de commodities.
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“O desempenho comercial enfraquecido em várias proteínas e geografias, principalmente em 2023, foi consequência do excesso de oferta de carne e dos custos inflacionários que pesaram nas margens e não devem se repetir.
Além disso, os analistas estimam que a maior unidade de carne bovina da empresa nos EUA, responsável por 31% da receita líquida, não renderá EBITDA para a JBS em 2024 e na maior parte de 2025.
“Haverá uma recuperação de margem no mercado norte-americano, mas isso graças ao desempenho operacional recorde da Pilgrims Pride, da operação de carne suína nos EUA, além da Seara no Brasil, e uma recuperação na carne bovina da JBS Brasil, Austrália e Europa”, afirmaram.
Apesar disso, a S&P avalia o perfil da JBS como forte, graças à sua grande escala e diversificação. Nos últimos anos, a volatilidade do lucro da companhia aumentou.
Contudo, ao excluir as margens anormalmente altas durante a pandemia de Covid-19 e a subsequente crise de 2023, os analistas veem um desempenho operacional estável, com margens de 7% a 10% corroborando a força do negócio.
Sobre a listagem da JBS na bolsa de Nova York, a S&P enxerga alguns riscos, especialmente relacionados à estrutura acionária. “Se a J&F Investimentos SA (J&F) ficar com mais de 50% da empresa após a oferta, o que é provável, precisaríamos avaliar a qualidade de crédito do grupo”, destacaram.