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JBS (JBSS3) reporta lucro de R$ 2,412 bilhões no 4T24; empresa propõe R$ 4,4 bilhões em dividendos

25 mar 2025, 18:15 - atualizado em 25 mar 2025, 18:58
jbs jbss3
(Foto: Divulgação JBS)

A JBS (JBSS3) reportou um lucro líquido de R$ 2,412 bilhões no quarto trimestre de 2024 (4T24), um crescimento de 2820% na comparação com o mesmo trimestre de 2023 (4T23).

Em 2024, o lucro da companhia totalizou R$ 9,615 bilhões contra um prejuízo de R$ 1,061 bilhão em 2023. O Ebitda ajustado cresceu 127,7% de 2023 para 2024, saindo de R$ 17,146 bilhões para R$ 39,039 bilhões.

No 4T24, a JBS registrou uma receita líquida consolidada de R$116,7 bilhões, um aumento de 21% em relação ao 4T23. No período, cerca de 75% das vendas globais da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a JBS atua e 25% por meio de exportações

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No 4T24, o Ebitda ajustado atingiu R$10,8 bilhões, um crescimento anual de 111%, enquanto a margem Ebitda alcançou 9,2%, um aumento de 390 pontos-base em relação ao ano anterior.

A JBS encerrou o ano com R$ 35,6 bilhões em caixa e possui US$3,4 bilhões disponíveis em linhas de crédito rotativas, sem garantia real, sendo US$ 2,9 bilhões na JBS USA e US$500 milhões na JBS Brasil, equivalentes a R$20,8 bilhões pelo câmbio de fechamento do período.

A administração da companhia propôs para aprovação em Assembleia Geral a distribuição de R$4,4 bilhões em dividendos para 2025, equivalente a R$2 (US$0,35) por ação, a serem pagos após a sua aprovação.

A companhia também encerrou a divulgação de guidance de receita líquida e de Ebitda Ajustado da companhia.

O cenário para JBS

Em entrevista para discutir os resultados, o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, destacou o desempenho do negócio de carne bovina nos EUA da empresa, que ainda enfrenta uma oferta de gado escassa e cara, pressionando as margens onde a empresa obtém a maior parte de sua receita.

“O negócio da carne bovina dos EUA foi muito desafiador, foi mais desafiador do que em 2023 por conta da redução da oferta. Mas mesmo assim o resultado foi melhor do que 2023, o que mostra que conseguimos melhorar operacionalmente um negócio que estava abaixo do potencial”, disse Tomazoni.

O Ebitda dessa divisão foi de 647,1 milhões de reais no último trimestre de 2024, acima dos 488,5 milhões negativos no mesmo período de 2023. As margens ficaram em 1,7%, uma melhora em relação aos -1,6% do quarto trimestre de 2023, mostrou o relatório financeiro.

O CEO citou ainda a Seara, que também tinha desempenho considerado abaixo do potencial, como tendo uma “recuperação impressionante”.

“Foi um grande ‘turnaround’ na Seara”, destacou, ao falar sobre a unidade de processados, de frango e suínos no Brasil.

A Seara registrou margens altas de dois dígitos nos últimos dois trimestres, com o Ebitda ajustado somando R$2,627 bilhões nos últimos três meses de 2024, um aumento de 292% em relação ao ano anterior.

A Pilgrim’s teve o melhor ano da sua história, destacou Tomazoni, com Ebitda ajustado de R$3,8 bilhões.

Desafios futuros

Tomazoni afirmou que a JBS está atenta a mudanças nas políticas de tarifas internacionais, após a chegada de Donald Trump à Presidência dos EUA, mas acrescentou que a plataforma global da companhia é resiliente.

“Estamos focados naquilo que a gente controla, para garantir que a companhia possa se adaptar de forma proativa. Até o momento não identificamos impactos relevantes”, afirmou ele, lembrando que a empresa tem operações no Brasil, Canadá, México, EUA e Austrália, entre outros.

“Isso permite à companhia ter capacidade de se ajustar a essas descontinuidades que possam vir a acontecer”, disse, ao comentar eventuais impactos da guerra comercial.

Com relação ao preço do milho, que está no maior patamar em cerca de três anos no Brasil, Tomazoni citou algum movimento especulativo gerado por dúvidas sobre tarifas.

“O que vimos é que o Brasil está com milho mais caro do mundo, está tendo um prêmio em relação a Chicago, por conta de questões especulativas, por questões de se vai ter tarifa adicional…”, disse ele, acrescentando que também há incertezas sobre a segunda safra brasileira.

Com isso, afirmou ele, o produtor reduziu suas vendas.

Por outro lado, o CEO disse acreditar que o plantio da segunda safra, que responde pela maior parte da produção no Brasil, desenvolveu-se bem. “Achamos que tem mais espaço para cair do que para subir”, destacou.

O executivo evitou fazer análises sobre o mercado da arroba bovina, que está mais firme no Brasil. Mas disse que essa recuperação no preço do gado também favorece o pecuarista.

Veja o comunicado

*Com Reuters

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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