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‘Precisamos de US$ 350 bilhões até 2030 para transformação dos sistemas alimentares’, diz CEO Global da JBS (JBSS3)

09 set 2024, 16:13 - atualizado em 09 set 2024, 16:21
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Gilberto Tomazoni, CEO da JBS, que lidera força-tarefa do B20 para o G20 Agro, defende um sistema alimentar global mais inclusivo (Foto: Divulgação)

Acontece nesta segunda-feira (9), em Cuiabá (MT), o Fórum Internacional da Agropecuária (FIAP), evento que precede o G20 Agro e reúne ministros da agricultura de 20 países e 30 delegações internacionais. No painel “Contribuições da iniciativa privada e governos para o G20 Agro”, o CEO Global da JBS (JBSS3) , Gilberto Tomazoni, falou sobre as “Recomendações da iniciativa privada B20 para o G20 Agro”.

Entre as autoridades presentes no evento, estava o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro; ex-ministros Roberto Rodrigues, Aldo Rebelo, Blairo Maggi; a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá; e Jean-Pierre Bou, da União Europeia.

O G20 Agro ocorrerá entre os dias 10 e 13 de setembro, na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso.

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CEO da JBS ressalta a necessidade de mudanças

Durante sua apresentação, Tomazoni, que encabeça a força-tarefa do B20, destacou diferentes pontos do “Paradoxo dos sistemas alimentares”. O CEO Global da JBS reforçou que 139 pessoas participaram do grupo, com mais de 22 países e 14 setores do setor de alimentos. Segundo ele:

  • 35% dos empregos no mundo estão no setor de alimentos
  • 10% do PIB global está nos alimentos
  • 18% das trades de commodities são relacionadas a agricultura
  • 8 bilhões de pessoas dependem do sistemas alimentares para segurança alimentar
  • Produtividade cresceu 150% de 1961 até 2009, enquanto a área agricultável global cresceu apenas 12%

Apesar dos avanços, as práticas e os modelos atuais desafiam o meio ambiente e a populações globais, já que:

  • 26% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE’s) globais vem dos sistemas alimentares
  • 65% dos adultos vivendo na pobreza dependem da agricultura
  • 2,3 bilhões de pessoas vivem em moderada ou severa insegurança alimentar

“A ideia é transformar as nossas sugestões em planos de ações. Se conseguirmos transformar esses sistemas alimentares, vamos gerar muito mais equidade. Ao mesmo tempo em que vemos pessoas passando fome, há um desperdício de quase 30% dos alimentos no mundo. Além disso, temos um sistema que sequestra entre 9% a 23% das emissões globais de carbono. E por último, essa transformação gerará muitas oportunidades econômicas



Investimentos

Para Tomazoni, serão necessários cerca de 350 bilhões para a transformação dos sistemas alimentares até 2030, principalmente em ganho de produtividade, melhora nos modelos financeiros e intercâmbio internacional sobre práticas na agropecuária.

“A transformação dos sistemas alimentares precisa ser inclusiva. Cerca de 90% da população global vive com menos de US$ 5,5 por dia. A mudança precisa reduzir a desigualdade, incluindo os pequenos produtores nesse processo, que respondem por um terço da produção global de alimentos. Fora isso, apenas 4% dos investimentos para redução de GEE’s vão para a agricultura. As mudanças climáticas não reconhecem fronteiras, precisamos trabalhar todos juntos”.