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JBS (JBSS3): O que os bancões enxergam após os resultados do 4T23, em meio a volta dos Batista?

27 mar 2024, 12:44 - atualizado em 27 mar 2024, 12:44
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BB vê rentabilidade aquém do potencial, Goldman enxerga bons resultados e BBA destaca números negativos para a JBS (Foto: Divulgação)

A JBS (JBSS3) viu sua receita líquida crescer 3,7% no quarto trimestre de 2023 (4T23), para R$ 96,340 bilhões. Apesar disso, no ano de 2023, a empresa reportou um prejuízo líquido de R$ 1,061 bilhão, contra um lucro de R$ 15,5 bilhões em 2022.

O grande destaque dos noticiários para o frigorífico, por outro lado, fica por conta do possível retorno dos irmãos Wesley Mendonça Batista e Joesley Mendonça Batista, filhos do fundador José Batista Sobrinho, para o conselho de administração da companhia.

Os irmãos estiveram à frente da empresa na década de 2000 e transformaram a JBS em uma líder global em proteínas animais. No entanto, eles foram afastados da companhia após delação de Joesley na Operação Lava a Jato, em 2017.

Sendo assim, reunimos visões do Goldman Sachs, BB Investimentos e do Itaú BBA para o frigorífico após os resultados do 4T23.

Goldman Sachs

O banco avalia que a JBS reportou bons resultados, embora as altas expectativas do mercado possam levar a uma reação negativa dos preços.

A instituição destaca que Ebitda de R$ 5,1 bilhões ficou em linha com as expectativas, ainda que 7% abaixo do que previa a Bloomberg.

A US Beef apresentou rentabilidade negativa, mas foi mais do que compensado pela Pilgrim’s Pride, Austrália, US Pork e surpreendentemente, a Brazil Beef.

Para o futuro, o banco conta com uma visão construtiva, com um impulso apoiado por Pilgrim’s Pride, Austrália, US Pork e Seara. 

O Goldman recomenda compra para o frigorífico, com preço-alvo de R$ 29,20 e potencial de alta de 30,4%.

Itaú BBA

O BBA enxergou um 4T23 ligeiramente negativos, um pouco abaixo das estimativas, principalmente para a divisão de carne bovina dos EUA e da Seara.

Ainda assim, as perspectivas de longo prazo da JBS ainda parecem atraentes e sua estrutura de capital parece robusta. No entanto, os resultados podem levar a expectativas mais baixas para a divisão de carne bovina dos EUA no ano-fiscal de 2024.



A JBS Austrália se destacou na frente operacional e é hoje para o banco o maior contribuinte da carne bovina para o resultado consolidado da JBS.

O sólido Fluxo de Caixa do Acionista (FCFE) de R$ 4,3 bilhões no 4T23 apoia a visão positiva de longo prazo sobre as ações, apesar da falta de gatilhos de curto prazo. A recomendação do BBA para a ação é de compra, com preço-alvo de R$ 31 e potencial de alta de 36,2%.

BB Investimentos

Para o BB, a JBS reportou números ainda fracos no 4T23, conforme esperado, dando continuidade à tendência desfavorável observada ao longo de 2023.

Apesar disso, algumas linhas vieram acima de nossas estimativas para o 4T23, como a receita líquida consolidada, que teve crescimento de 3,7% a/a, para R$ 96,3 bilhões, e o lucro bruto, que atingiu R$ 11,1 bilhões (+3,8% a/a).

Embora a rentabilidade operacional tenha permanecido aquém do potencial da companhia, o fluxo de caixa livre atingiu R$ 4,3 bilhões, revertendo o acumulado negativo do restante do ano e totalizou R$ 1,9 bilhão em 2023.

A instituição destaca que, em teleconferência de resultados, a companhia passou uma visão otimista de recuperação da demanda já observada neste início de ano na maioria dos negócios e mercados, com exceção dos suínos, o que poderá contribuir para a retomada de rentabilidade já a partir do 1T24. 

Apesar dos desafios, principalmente para a maior unidade de negócios da empresa — a JBS Beef North America, cujos números deverão continuar enfraquecidos em função do ciclo desfavorável de gado na região — eles entendem que a perspectiva de melhora gradual do cenário para os demais negócios que têm performado aquém do potencial, como Seara e Pilgrim’s, e a continuidade do bom momento para bovinos no Brasil e das operações da Austrália, pode se refletir no desempenho do papel, ponderando-se o patamar de alavancagem da empresa ainda bastante elevado. 

A recomendação para o papel segue de compra, com preço-alvo de R$ 32 e potencial de alta de 42,9%.

 

 

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