JBS (JBSS3): O que os bancões enxergam após os resultados do 4T23, em meio a volta dos Batista?
A JBS (JBSS3) viu sua receita líquida crescer 3,7% no quarto trimestre de 2023 (4T23), para R$ 96,340 bilhões. Apesar disso, no ano de 2023, a empresa reportou um prejuízo líquido de R$ 1,061 bilhão, contra um lucro de R$ 15,5 bilhões em 2022.
O grande destaque dos noticiários para o frigorífico, por outro lado, fica por conta do possível retorno dos irmãos Wesley Mendonça Batista e Joesley Mendonça Batista, filhos do fundador José Batista Sobrinho, para o conselho de administração da companhia.
Os irmãos estiveram à frente da empresa na década de 2000 e transformaram a JBS em uma líder global em proteínas animais. No entanto, eles foram afastados da companhia após delação de Joesley na Operação Lava a Jato, em 2017.
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Sendo assim, reunimos visões do Goldman Sachs, BB Investimentos e do Itaú BBA para o frigorífico após os resultados do 4T23.
Goldman Sachs
O banco avalia que a JBS reportou bons resultados, embora as altas expectativas do mercado possam levar a uma reação negativa dos preços.
A instituição destaca que Ebitda de R$ 5,1 bilhões ficou em linha com as expectativas, ainda que 7% abaixo do que previa a Bloomberg.
A US Beef apresentou rentabilidade negativa, mas foi mais do que compensado pela Pilgrim’s Pride, Austrália, US Pork e surpreendentemente, a Brazil Beef.
Para o futuro, o banco conta com uma visão construtiva, com um impulso apoiado por Pilgrim’s Pride, Austrália, US Pork e Seara.
O Goldman recomenda compra para o frigorífico, com preço-alvo de R$ 29,20 e potencial de alta de 30,4%.
Itaú BBA
O BBA enxergou um 4T23 ligeiramente negativos, um pouco abaixo das estimativas, principalmente para a divisão de carne bovina dos EUA e da Seara.
Ainda assim, as perspectivas de longo prazo da JBS ainda parecem atraentes e sua estrutura de capital parece robusta. No entanto, os resultados podem levar a expectativas mais baixas para a divisão de carne bovina dos EUA no ano-fiscal de 2024.
A JBS Austrália se destacou na frente operacional e é hoje para o banco o maior contribuinte da carne bovina para o resultado consolidado da JBS.
O sólido Fluxo de Caixa do Acionista (FCFE) de R$ 4,3 bilhões no 4T23 apoia a visão positiva de longo prazo sobre as ações, apesar da falta de gatilhos de curto prazo. A recomendação do BBA para a ação é de compra, com preço-alvo de R$ 31 e potencial de alta de 36,2%.
BB Investimentos
Para o BB, a JBS reportou números ainda fracos no 4T23, conforme esperado, dando continuidade à tendência desfavorável observada ao longo de 2023.
Apesar disso, algumas linhas vieram acima de nossas estimativas para o 4T23, como a receita líquida consolidada, que teve crescimento de 3,7% a/a, para R$ 96,3 bilhões, e o lucro bruto, que atingiu R$ 11,1 bilhões (+3,8% a/a).
Embora a rentabilidade operacional tenha permanecido aquém do potencial da companhia, o fluxo de caixa livre atingiu R$ 4,3 bilhões, revertendo o acumulado negativo do restante do ano e totalizou R$ 1,9 bilhão em 2023.
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A instituição destaca que, em teleconferência de resultados, a companhia passou uma visão otimista de recuperação da demanda já observada neste início de ano na maioria dos negócios e mercados, com exceção dos suínos, o que poderá contribuir para a retomada de rentabilidade já a partir do 1T24.
Apesar dos desafios, principalmente para a maior unidade de negócios da empresa — a JBS Beef North America, cujos números deverão continuar enfraquecidos em função do ciclo desfavorável de gado na região — eles entendem que a perspectiva de melhora gradual do cenário para os demais negócios que têm performado aquém do potencial, como Seara e Pilgrim’s, e a continuidade do bom momento para bovinos no Brasil e das operações da Austrália, pode se refletir no desempenho do papel, ponderando-se o patamar de alavancagem da empresa ainda bastante elevado.
A recomendação para o papel segue de compra, com preço-alvo de R$ 32 e potencial de alta de 42,9%.