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JBS (JBSS3) ‘nada de braçada’ em dia sofrido para o Ibovespa; analistas reiteram otimismo pós-1T24 e veem alta de mais 50%

15 maio 2024, 12:13 - atualizado em 15 maio 2024, 12:13
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Santander mantém a classificação outperform para ações da JBS, enquanto o BB Investimentos reitera a compra (Foto: Divulgação/JBS)

A dispara das ações da JBS (JBSS3) no pregão desta quarta-feira (15) é reflexo dos resultados fortes referentes ao primeiro trimestre de 2024 (1T24) reportados na véspera, avaliam analistas. A companhia teve lucro de R$ 1,6 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 1,4 bilhão do mesmo período do ano passado.

Por volta das 11h15, os papéis do frigorífico avançam 9,22%, cotados a R$ 27,47. O dia, por outro lado, é negativo para o Ibovespa.



Os analistas ressaltam que a JBS viu evolução operacional em quase todas as unidades de negócios. Entre os destaques, eles citam as margens da carne bovina dos Estados Unidos, que se estabilizaram no ponto de equilíbrio, o Ebitda da Seara, que subiu 78%, a R$ 1,2 bilhão e a melhoria da rentabilidade da USA Pork.

Os analistas Guilherme Palhares e Laura Hirata, do Santander, avaliam que o mercado de carne norte-americano segue difícil, com os preços do gado subindo. No entanto, a companhia apresentou margens positivas e deu uma reviravolta nas operações, reestruturando sua equipe comercial. “Esta melhoria sinaliza um futuro promissor, embora prevejamos que os desafios continuarão até 2026”, dizem.

Já em relação à Seara, o frigorífico superou as expectativas. Os preços mais baixos das commodities e as melhorias operacionais, como a gestão de custos, foram fundamentais para o crescimento. “Prevemos margens contínuas de dois dígitos e expansão bem-sucedida da capacidade”, ressaltam Palhares e Hirata.

Georgia Jorge, do BB Investimentos, destaca ainda o desempenho da USA Pork. Em conjunto com a Seara, a unidade teve melhoria na rentabilidade, com a margem Ebitda ajustada atingido 16,4%. Além da queda do custo dos grãos, a performance operacional refletiu o preço do suíno menor e os esforços para ampliar o portfólio de valor agregado.

Além disso, a analista afirma que a redução do consumo de caixa livre da JBS e a queda na alavancagem financeira foram destaques positivos do trimestre.

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Assim como o mercado, as duas casas seguem otimistas quanto à JBS. Palhares e Hirata, do Santander, afirmam que a perspectiva positiva é sustentada pela melhoria constante nas divisões de aves e suínos internacionalmente, bem como na divisão Australia Beef.

O mercado de gado na Austrália melhorou significativamente no final de 2023, elevando o desempenho da indústria do país — tendência que deve persistir nos próximos três anos, dizem.

“As margens permaneceram na casa de um dígito e o gado está prontamente disponível. Isso apoia a nossa crença na importância da diversificação geográfica no setor das proteínas, ajudando a mitigar a recessão nos EUA com ganhos em outras regiões”, avaliam.

Já Jorge, do BB, diz que, apesar de a ação estar negociando próximo da máxima dos últimos 12 meses, ainda há espaço para valorização, diante do bom resultado reportado e das perspectivas otimistas.

O Santander mantém a classificação outperform (desempenho acima da média do mercado) para JBSS3, enquanto o BB Investimentos reitera a recomendação de compra. Os preços-alvo indicados para o final de 2024 são, respectivamente, R$ 37 e R$ 32 — o que implica potencial alta de até 47%.