JBS (JBSS3): Hora de colocar esse ‘boi’ na carteira? A visão de 6 analistas após trimestre recorde
A JBS (JBSS3) reverteu prejuízo de R$ 263,6 milhões no segundo trimestre de 2023 e reportou lucro líquido de R$ 1,715 bilhão entre abril e junho de 2024 (2T24), segundo balanço divulgado ontem (13). O frigorífico aprovou ainda o pagamento de R$ 4,4 bilhões em dividendos intercalares.
Mas qual a visão dos analistas de BTG Pactual , Bradesco BBI, XP Investimentos, Goldman Sachs, Banco Safra e Genial Investimentos?
O BBI classificou os números reportados como impressionantes, chamando atenção para o Ebitda ajustado de R$ 9,8 bilhões, 12% acima da projeção da casa, que já incorporava os resultados da subsidiária norte-americana Pilgrim’s Pride reportados anteriormente. Com a diminuição nos níveis de endividamento, os analistas estão ansiosos sobre o que está por vir em termos de crescimento, com a JBS sendo a principal escolha dentro do setor.
“Os resultados ficaram acima do esperado em todas as divisões, mas a Seara foi o principal destaque. O trimestre serviu para reforçar o valor da plataforma diversificada de produção de proteínas da JBS. Continuamos acreditando que as margens de aves podem melhorar ainda mais no 3T24, enquanto a transferência de desempenhos mais fortes, particularmente na Austrália e na JBS Brasil, também deve reforçar o ímpeto dos lucros durante o segundo semestre do ano”, Henrique Brustolin e José Ricardo Rosalen.
Para a Genial, a diversificação da JBS, geográfica e de produtos, aponta para um cenário muito favorável, principalmente com os preços mais elevados do frango no curto prazo. Com isso, a casa, que recomenda compra e preço-alvo de R$ 40, ou seja, potencial de valorização de 10% sobre o patamar atual, de R$ 36,30, destaca 3 pontos principais:
- Normalização da oferta ajudando no preço de repasse para o consumidor;
- Aumento de demanda puxado pelo trade down de proteínas;
- Custos para baixo devido a desaceleração nos preços dos grãos.
O que acham BTG, XP, Goldman e Safra
Segundo Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, da XP, a JBS registrou um trimestre memorável, com destaque vindo das operações de aves e suínos, impulsionadas por custos de ração rentáveis e forte tanto no mercado doméstico quanto no de exportação.
“As ações subiram 9% no último mês, já prevendo fortes resultados. No entanto, continuamos otimistas com a tese de investimento, já que o momentum dos resultados deve permanecer mais forte por mais tempo, enquanto os resultados do segundo tri devem levar a outra rodada de revisão de resultados”, dizem.
Para os analistas do BTG, Thiago Duarte, Bruno Lima e Guilherme Guttila, a diversificação da JBS está claramente desempenhando o seu papel. Com espaço para revisões de lucros, a JBS oferece o melhor risco-retorno no setor, com múltiplos atrativos em relação a seus pares globais.
“O ciclo avícola é mais forte do que poderíamos imaginar, e está ajudando a JBS a acelerar o caminho da desalavancagem de transferência de valor para o acionista. Acreditamos que Pilgrim’s Pride, US Pork e Austrália devem continuar a ser beneficiários diretos da desaceleração do ciclo do gado nos EUA, enquanto as operações brasileiras também estão se beneficiando de fundamentos cíclicos mais fortes e, potencialmente, superando os ventos contrários que prejudicaram as margens nos últimos trimestre”, afirmam.
O Safra ressalta que apesar do ciclo do gado dos EUA continuar impactando negativamente os resultados consolidados, a diversificação geográfica e de produtos tem dado resultados, já que outras divisões mais do que compensaram esse efeito e, juntamente com uma execução sólida, impulsionaram os lucros. A JBS é a top pick do banco no setor.
De acordo com o Goldman Sachs, que recomenda compra para a ação, os próximos trimestres devem continuar positivos para a companhia.
“Esperamos um desempenho positivo de preço para os resultados e acreditamos que o debate de mercado agora se concentrará na sustentabilidade de um forte ciclo do frango nos próximos 6 meses”, veem Thiago Bortoluci e Nicolas Sussmann.
As ações da JBS (JBSS3) encerraram as negociações nesta quarta-feira (14) com alta de 6,99%, a R$ 37,34.