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JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3): BBA eleva alvos com ambiente favorável para frango e desafios nos EUA; só uma é compra

07 jun 2024, 12:32 - atualizado em 07 jun 2024, 12:32
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Para o banco, os padrões do ciclo do gado têm se revelado cada vez mais desafiadores; em maio, JBS e Marfrig dispararam na B3 (Imagem: Facebook/Marfrig Global Foods)

O Itaú BBA revisou suas estimativas para JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3) a partir de um ambiente mais favorável para carne de frango e os desafios contínuos para o mercado de carne bovina.

Para o banco, a melhoria para o frango deve superar as tendência negativas para carne bovina, levando para cima os números consolidados das empresas.

Dessa maneira, o BBA elevou o preço-alvo para JBS de R$ 31 para R$ 39 em 2024, mantendo sua recomendação de compra, com o frigorífico sendo sua top pick.

Quanto a Marfrig, o alvo passou de R$ 10 para R$ 14, com a manutenção da recomendação neutra para ação.

Os desafios para carne bovina nos EUA

Na avaliação do banco, os padrões do ciclo do gado têm sido historicamente relativamente fáceis de prever, mas desta vez estão se revelando mais desafiadores.

Os anos sequenciais de prosperidade durante o “super ciclo” da carne bovina dos EUA em 2019-2021 prolongaram o ciclo atual, que foi ainda mais adiado por liquidação de gado devido a condições climáticas adversas nos EUA.



Apesar das expectativas de que a retenção já deveria ter começado neste momento, a proporção de vacas e novilhas na mistura de abate de gado nos EUA permanece acima das médias de 3 e 5 anos.

Além disso, as previsões mais recentes do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos)  para a produção de carne bovina em 2024 foram consistentemente revisados ​​para cima, possivelmente em função de carcaças mais pesadas também.

Neste cenário, o BBA enxerga a reconstrução do rebanho dos EUA cada vez mais difícil, uma vez que a oferta de gado continua a diminuir a um ritmo acelerado de liquidação.

Ciclo positivo para o frango persiste

O momento favorável, segundo dados da Embrapa, se dá pela queda dos custos de produção para o frango, principalmente pela tendência de queda dos frangos, que representam 85% dos custos consolidados dos produtores de frango.

O banco, no entanto, espera algum atraso para que esses ventos favoráveis se reflitam nos lucros e perdas das empresas amorteça o forte impulso da indústria no 2S24. Ainda assim, os resultados do primeiro trimestre superaram as expectativas da indústria de frangos.

Por fim, tendências positivas na colocação de frangas resultaram historicamente em aumento oferta de frango e preços mais baixos no muito curto prazo. Por outro lado, outros fatores não relacionados com essas posições têm sido cruciais na determinação de futuros spreads de frango nos últimos meses, estendendo-se além da oferta de frango.

Entre eles, estão:

  1. demanda sólida por frango brasileiro à medida que a indústria dos EUA redireciona volumes para o mercado doméstico mercado, que foi afetado pelo aumento dos preços da carne bovina;
  2. maior flexibilidade para arbitrar melhor os preços de exportação após a autorização de novos plantas para exportar proteína brasileira;
  3. melhor execução comercial devido às microiniciativas das empresas;
  4. os desafios de eclodibilidade nos EUA prejudicam a oferta de frango, apesar das colocações mais elevadas;
  5. fornecimento limitado de frango no Médio Oriente devido a desafios logísticos no Mar Vermelho.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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