JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3): Tensão entre China e UE faz ações subirem? Os reflexos para o Brasil
As ações de BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3) acumulam altas desde o início da semana. Nesta quarta-feira (19), os papéis subiram 4,33% e 1,76%, respectivamente. Mas o que explica as altas?
Para o diretor de análises da Terra Investimentos, Régis Chinchilla, um dólar em R$ 5,46 favorece as exportações dos frigoríficos. No último mês, a moeda acumula uma valorização de 6,78% (R$ 0,347)
“A JBS conta com 80% da sua receita dolarizada, o que ajuda a impulsionar a empresa. Além disso, a decisão da China de abrir uma investigação antidumping sobre a importação de carne suína da União Europeia é positiva para as empresas”, comenta.
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A medida da China parece ter como alvo principal a Espanha, a Holanda e a Dinamarca, em resposta às restrições às suas exportações de veículos elétricos.
Os produtores europeus de carne suína devem poder continuar exportando para a China sem tarifas enquanto a investigação estiver em andamento, enquanto se aguarda uma decisão e um anúncio de tarifas pelo lado chinês.
Brasil deve exportar mais carne suína à China?
Segundo Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, o Brasil tem apresentado ganhos de competitividade frente ao mercado europeu, apesar do país não estar exportando grandes volumes ao país asiático em 2024.
A partir deste cenário, a China pode concentrar suas compras de carne suína no Brasil, o que já acontece para o frango e carne bovina, pela boa relação comercial entre os países. Atualmente, o Brasil está atrás apenas de Estados Unidos e União Europeia na exportação de carne suína.
“A UE tem perdido competitividade na última década pelo aumento de normas restritivas em relação a bem-estar animal, somada à elevação dos custos e problemas sanitários como a Peste Suína Africana (PSA), que prejudicaram o rebanho europeu de suínos”, comenta Iglesias.
Na avaliação de Pedro Fonseca, analista de Agro, Alimentos e Bebidas da XP Investimentos, apesar da notícia ser marginalmente positiva para JBS e BRF, ele não vê isso como algo que justifica os avanço.
“O dólar mais forte também ajuda as empresas, mas vejo esses ganhos mais atrelados. Vejo os movimentos de alta pelo momentum, já que esse é um dos únicos setores que o mercado está revisando lucro para cima”, vê.
*Com informações da Reuters