Fusões e Aquisições

JBS (JBSS3) disputa aquisição da maior produtora de aves do Oriente Médio com gigante saudita; ações sobem na bolsa

10 mar 2025, 14:05 - atualizado em 10 mar 2025, 16:14
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Fachada JBS na matriz da empresa, em São Paulo. (Foto: Divulgação JBS)

A JBS (JBSS3) está no páreo para a aquisição da Al-Watania Poultry, a maior produtora de aves do Oriente Médio. De acordo com a Bloomberg, a disputa envolve outras grandes empresas, como a Almarai Company, gigante do setor de alimentos no Reino da Arábia Saudita.

As ofertas teriam sido apresentadas pelas empresas de forma separada, não vinculativas, para uma compra total da Al-Watania, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg. As ações reagiram bem à notícia, subindo mais de 2% por volta das 14h.



A reação positiva já era esperada pelo Goldman Sachs, que comentou a possibilidade. “Ao longo dos anos, a JBS demonstrou uma abordagem consistente para alocação de capital em direção ao crescimento orgânico e aquisitivo, e achamos que o Oriente Médio pode ser uma oportunidade para acelerar o crescimento e a diversificação da demanda”, afirmam.

Procurada pelo Money Times, a JBS informou que não irá comentar. O espaço segue aberto para seu posicionamento.

JBS em disputa acirrada pela Al-Watania

A eventual negociação da Al-Watania ainda conta com outras empresas interessadas, como a saudita Tanmiah Food Company e um consórcio liderado pela MHP, empresa ucraniana de tecnologia agrícola, que também fizeram ofertas separadas. 

Segundo a Bloomberg, a BSF Capital está atuando como consultora em qualquer possível negócio. A Al-Watania, vem explorando seu potencial de venda desde o final do ano passado em uma transação que pode render até 2 bilhões de riais (US$ 533 milhões).

O Goldman afirmou que a Al-Watania é a maior produtora de frango da Arábia Saudita, com capacidade para abater 1 milhão de cabeças por dia e processar outros 1,5 milhão de ovos/dia. O banco estima que a capacidade corresponda a cerca de 20% do total de aves consumidas no país e é equivalente à cerca de 20% da capacidade da Seara.

Qualquer acordo viria em um momento que a indústria alimentícia saudita está recebendo estímulos da reforma econômica do príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman. Ele reservou pelo menos US$ 4,5 bilhões em investimentos para aumentar a produção local de aves e reduzir a dependência de importações. 

O governo saudita também tem adquirido participações em empresas globais para apoiar suas intenções de ampliar a segurança alimentar. 

As negociações estão em andamento e os licitantes ainda podem desistir ou a Al-Watania ainda pode decidir não prosseguir com a venda.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
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