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JBS (JBSS3): BTG e BB elevam preço-alvo, com bom momento para ação; veja fundamentos e estimativas

21 ago 2024, 12:44 - atualizado em 21 ago 2024, 17:32
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Ciclo pecuário favorável no Brasil e na Austrália, assim como redução dos custos de grãos, são alguns dos fatores de otimismo para JBS

O BTG Pactual e o BB Investimentos atualizaram suas recomendações para JBS (JBSS3), incorporando os números robustos e recordes no 2T24Ontem (21), você viu aqui que o Bank of America também elevou seu preço-alvo para o frigorífico.

Segundo Georgia Jorge, analista do BB, a JBS está desfrutando de um bom momento operacional, diante da combinação de fatores como:

  1. ciclo pecuário favorável no Brasil e na Austrália;
  2. redução dos custos de grãos;
  3. maior equilíbrio entre oferta e demanda em proteína suína e de aves; e
  4. realização de esforços para ampliar o portfólio de valor agregado.

“Todos esses fatores, cujos benefícios são passíveis de captura pela companhia graças à sua diversificação geográfica e de proteína, têm permitido o incremento da rentabilidade das operações, compensando parcialmente o impacto negativo da JBS Beef North America diante do ciclo pecuário desfavorável e da inflação elevada nos EUA. Temos um novo preço-alvo de R$ 47 para o fim de 2025, com potencial de alta de 30,1%”.

Além disso, o banco vê o forte desempenho operacional e de geração de caixa também contribuindo para a redução da alavancagem financeira da companhia que, ao final de 2023, encontrava-se em patamar elevado de 4,3 vezes na relação dívida líquida/Ebitda em 12 meses e que, ao final do segundo trimestre de 2024, foi reduzida para 3,1 vezes, com perspectiva de atingir 2 vezes ao final deste ano, segundo as projeções do BB.

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JBSS3: BTG chama atenção para diversificação

O BTG Pactual ressalta que o frigorífico é o mais diversificado da sua cobertura, se mostrando uma força crítica. Apesar de enfrentar desafios em seu segmento principal, a US Beef, onde as margens foram comprimidas devido a um ciclo difícil, a JBS conseguiu entregar resultados gerais fortes, muito por conta dos números robustos para segmentos como aves, suínos e operações no Brasil e na Austrália.

Apesar de ver o Ebitda ainda abaixo do meio do ciclo, o banco não espera um 2025 melhor. Em um cálculo do banco, os analistas enxergam que o Ebitda “justo” da JBS está em torno de R$ 35 bilhões, 7% acima das suas estimativas

“No entanto, não esperamos que a JBS atinja esse nível de meio do ciclo em breve, especialmente devido aos desafios prolongados em suas operações de carne bovina nos EUA. Na verdade, prevemos que o Ebitda do ano que vem ficará abaixo do deste ano, principalmente porque o desempenho excepcional atual em aves é, em nossa opinião, improvável de persistir por tanto tempo. Ainda preferimos a JBS em relação a outras ações de proteína”, afirmam Thiago Duarte e Guilherme Guttila.

Mesmo vendo o lado positivo não tão mais forte, o BTG reforça compra para ação, com o preço-alvo saindo de R$ 35 para R$ 47, com potencial de alta de 30%. Para 2024, o banco prevê receitas de R$ 403 bilhões em 2024 (+8% em relação às estimativas anteriores), Ebitda de R$ 32,4 bilhões (+23%), com uma margem de 7,9% (-0,9 p.p.) e lucro líquido de R$ 7,2 bilhões.

Os papéis da JBS (JBSS3) encerraram o pregão desta quarta-feira (21) com alta de 1,16%, a R$ 36,55.