JBS entra no mercado de peixes com compra da Huon por US$ 314 milhões
A JBS (JBSS3), maior processadora de carne do mundo, entra no mercado de peixes com a aquisição da produtora australiana de salmão Huon Aquaculture por 425 milhões de dólares australianos (US$ 314 milhões).
O acordo já conta com o apoio de acionistas majoritários e deve ser concluído até o final deste ano, depois da aprovação de autoridades australianas, informou a empresa em comunicado.
A Huon, com sede na Tasmânia, é a segunda maior produtora de salmão do país, com produção de cerca de 35 mil toneladas de peixes e cerca de 40% do mercado local, segundo o comunicado. Andrew Forrest, magnata da mineração, comprou uma participação de 7,3% na empresa listada em Sydney por pouco menos de 20 milhões de dólares australianos (US$ 15 milhões) em junho.
A JBS, que planeja comprar 100% da Huon, já opera na Tasmânia com uma unidade de processamento de carne bovina em Longford.
A JBS comprou a produtora de suínos Rivalea em abril, negócio que gerou uma consulta pública da agência antitruste da Austrália para analisar o impacto da aquisição nesse mercado.
O consumo global de peixes tem crescido mais rápido do que o de carne bovina, de frango ou suína, impulsionado por uma população global em expansão e com renda cada vez mais alta que reconhece os benefícios dos frutos do mar para a saúde.
A demanda no mercado de peixes, que movimenta US$ 400 bilhões, é tão grande que tem atraído empresas como a Cargill, que também está de olho em acordos para entrar na produção e processamento de pescado.
“Trata-se de uma aquisição estratégica, que marca a entrada da JBS no negócio de aquicultura”, disse o diretor-presidente da empresa, Gilberto Tomazoni. “A aquicultura será uma nova plataforma de crescimento dos nossos negócios.”
Ainda assim, a Huon tem enfrentado desafios para lucrar recentemente. A empresa registrou prejuízo de 95 milhões dólares australianos nos seis meses encerrados em dezembro, citando a menor demanda global por salmão em meio à pandemia de Covid-19.
Em fevereiro, a Huon disse que iniciaria uma revisão estratégica para avaliar o potencial para transações de nível corporativo depois de receber ofertas não solicitadas.