JBS desembolsa US$ 135 milhões para comprar australiana Rivalea
A JBS (JBSS3) firmou, nesta terça-feira (08), acordo para adquirir 100% da australiana Rivalea, que pertence à companhia de alimentos QAF Limited, listada em Cingapura, por um valor de empresa (enterprise value) de US$135 milhões.
A Rivalea é líder na criação e processamento de suínos na Austrália, responsável por 26% dos suínos processados no país.
A aquisição da Rivalea permitirá que a JBS aumente sua diversificação de produtos na Austrália, bem como cresça o volume de alimentos de maior valor agregado à base de carne suína na Primo, enquanto abre novas oportunidades para suínos australianos nos mercados doméstico e exportação, enfatiza o comunicado ao mercado.
“Com a aquisição da Rivalea, a JBS assume a liderança no processamento de suínos na Austrália. Adicionamos marcas importantes ao nosso portfólio e criamos melhores condições para acelerar o crescimento dos negócios de valor agregado e marca no país, além de fortalecer a nossa plataforma de exportação”, disse o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni.
O CEO da JBS Australia, Brent Eastwood, também destacou os pontos positivos do negócio.
“Com faturamento anual de aproximadamente US$ 310 milhões, duas unidades fabris e mais de mil colaboradores, a Rivalea já possui a sustentabilidade no foco de sua estratégia de negócios. A empresa comercializa marcas conhecidas do consumidor australiano, tais como: Riverview Farms, Family Chef e St. Bernard’s que fortalecerão nossa presença junto aos consumidores e clientes”, comenta.
Segundo a JBS, a aquisição está sujeita a aprovações regulatórias, incluindo pela Australian Competition and Consumer Commission (ACCC) e pelo Foreign Investment Review Board (FIRB), ambos na Austrália.
Ataque hacker
A compra anunciada se dá em meio à recuperação da JBS, após a maior produtora de carne do mundo ter sofrido com ataques hackers na América do Norte e na própria Austrália no final de maio.
De acordo com uma reportagem publicado na Bloomberg, alguns anos antes de ser atingida pelo ataque cibernético, a JBS teria rejeitado iniciativas para gastar mais em segurança cibernética porque o assunto não era considerado prioridade e não mostrava retorno imediato sobre o investimento, de acordo com três ex-funcionários.
Os funcionários, que trabalhavam em tecnologia da informação e segurança nos Estados Unidos, disseram que a JBS encomendou uma auditoria de segurança cibernética entre 2017 e 2018 que identificou fragilidades na infraestrutura da empresa e que poderiam ser exploradas por hackers.
Confira o comunicado ao mercado: