Javier Milei vence eleição argentina: Veja o que o presidente eleito já falou sobre o Brasil e Lula
O economista ultraliberal Javier Milei venceu o segundo turno da eleição na Argentina neste domingo (19) e será, portanto, seu próximo presidente. Milei derrotou o candidato peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia do governo de Alberto Fernández.
Ele conquistou 55,77% dos votos, ante os 44,22% do seu adversário peronista Sergio Massa, com 96,34% dos votos apurados.
A vitória do ultraliberal deve complicar as relações institucionais e econômicas entre a Argentina e o Brasil. Durante a campanha, o futuro inquilino da Casa Rosada não poupou ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Representante da extrema-direita, Milei é próximo da família Bolsonaro e já chamou Lula, publicamente, de “ladrão”, “comunista nervoso”, “corrupto” e “autoritário”.
- QUEM INVESTE EM PREVIDÊNCIA PODE RECEBER UM PIX DA RECEITA FEDERAL? Fundo pode ser uma boa oportunidade para quem quer pagar menos IR e até aumentar sua restituição; confira no Giro do Mercado clicando aqui:
A grande dúvida é se, uma vez empossado, Milei continuará hostilizando o Brasil e seu presidente, ou se descerá do palanque e adotará uma postura mais institucional. De prático, seu desejo de romper com o Mercosul, a China, o Brasil e diversos outros países preocupa empresários na Argentina e daqui.
O motivo é que o Brasil é um de seus maiores parceiros comerciais, para onde os argentinos exportam veículos, autopeças, petróleo e derivados, além de trigo e centeio. No acumulado de janeiro a outubro, o comércio bilateral já rendeu aos hermanos US$ 10,1 bilhões.
Em contrapartida, os brasileiros acumulam US$ 14,9 bilhões em exportações para nossos vizinhos, lideradas por soja, veículos, autopeças e minério de ferro. Feitas as contas, o comércio com a Argentina é lucrativo para o Brasil, que já soma um saldo positivo de US$ 4,7 bilhões de janeiro a outubro.
Em entrevistas e durante o debate do segundo turno contra Massa, Milei enfatizou diversas vezes que não pretende se relacionar com “países comunistas” e que pretende se aliar aos Estados Unidos e a Israel.
Veja, a seguir, o que Javier Milei, o vencedor da eleição na Argentina e seu próximo presidente, já disse sobre o Brasil e Lula:
“Falaram mentiras de que eu disse que [a Argentina] não deveria ter relações com Brasil ou China. É uma questão do setor privado. O que eu disse é que o Estado não tem que se meter, porque, cada vez que se mete, gera corrupção.” (no debate do segundo turno com Sergio Massa)
“Eu convido os espectadores a ver os vídeos inteiros, não os que os brasileiros editam para fazer campanha para vocês [dirigindo-se a Sergio Massa]” (no debate do segundo turno com Massa)
“Se o governo de Alberto Fernández não falava com [Jair] Bolsonaro, não há problema se não falo com Lula.” (no debate do segundo turno com Sergio Massa)
“Nós não vamos nos alinhar com comunistas.” (em entrevista a Tucker Carlson, ex-âncora da FoxNews)
“A casta vermelha treme. Muitos comunistas nervosos e com ações diretas contra mim e meu espaço.” (em sua conta no X, ex-Twitter, ao criticar um empréstimo aprovado pelo Brasil ao governo de Alberto Fernández e Sergio Massa)
“Ele [Lula] tem uma vocação totalitária muito mais marcada. Em outras palavras, ele não é apenas um socialista. Ele é alguém que tem vocação totalitária.” (em entrevista à revista The Economist)
“Não vou fazer negócios com nenhum comunista. Eu sou um defensor da liberdade, da paz e da democracia. Os comunistas não entram aí. Os chineses não entram aí. Putin não entra aí. Lula, digamos, não entra aí.” (em entrevista à revista The Economist)
“Não se deixem levar pelo presidiário comunista. Votem em Bolsonaro.” (em sua conta no X, ex-Twitter, ao pedir votos para Jair Bolsonaro, que disputada a reeleição contra Lula)
“Todo meu apoio ao presidente Jair Bolsonaro para as próximas eleições contra o ex-presidiário Lula. Não deixemos que os comunistas avancem no sonho de uma União Soviética Latino-Americana”. (em sua conta no X, ex-Twitter, ao pedir votos para Jair Bolsonaro, que disputada a reeleição contra Lula).