Javier Milei vence eleição argentina: Veja como está a economia que o ultraliberal vai comandar
O economista ultraliberal Javier Milei venceu o segundo turno da eleição presidencial na Argentina. Com 96,34% dos votos apurados, Milei somava 55,77% dos votos válidos, e o peronista Sergio Massa, 44,22%. Sua posse está prevista para 10 de dezembro. Quando a festa da vitória acabar, Milei terá a gigantesca tarefa de tirar o país da profunda crise econômica e social que se arrasta há anos.
Apresentando-se como um “anarcocapitalista“, o receituário do presidente eleito inclui a dolarização da economia, a extinção do Banco Central, a supremacia das relações de mercado sobre a política, o Estado mínimo e o rompimento de relações institucionais com governo considerados “comunistas” ou que não sigam a cartilha da “democracia liberal”.
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Para a população que lhe garantiu a vitória, contudo, o sucesso de seu governo deve passar pelo combate à inflação que já supera os 100% neste ano, a retomada do crescimento econômico e o fim da grave pobreza que atinge a maioria dos argentinos.
Veja, a seguir, os principais números da arruinada economia da Argentina:
Indicador | Valor |
---|---|
Inflação* | 121,70% |
PIB real* | -2,50% |
PIB* | US$ 622 bilhões |
Desemprego | 7,40% |
Déficit em conta corrente* | US$ 3,8 bilhões |
População | 46,8 milhões |
*Estimativa para 2023 | |
Fonte: FMI |
Javier Milei vence segundo turno da eleição argentina: Veja a relação com o Brasil
A vitória de Milei tende a ser desfavorável ao Brasil, já que o economista enfatizou diversas vezes, durante a campanha, que manteria distância dos brasileiros que, segundo ele, são governados por “comunistas”. Os ataques inflamados representante da extrema direita preocupam empresários dentro e fora da Argentina.
O motivo é simples: as relações comerciais entre os dois países são estratégicas para ambos. De um lado, o Brasil já lucrou US$ 4,7 bilhões neste ano com a parceria. Este é o saldo comercial acumulado até outubro com as transações com a Argentina, compostas por US$ 14,9 bilhões em exportações para nossos vizinhos, e US$ 10,2 bilhões em importações provenientes de lá.