Japão mantém alertas sobre iene; mercado suspeita de intervenção de 6 trilhões de ienes em dois dias
O Japão está pronto para tomar todas as medidas possíveis para combater os movimentos excessivamente voláteis da moeda, disse o secretário-chefe do Gabinete, Yoshimasa Hayashi, nesta terça-feira (16), mantendo os mercados em alerta sobre a possibilidade de uma nova intervenção para sustentar o iene.
Dados do Banco do Japão divulgados nesta terça-feira sugeriram que Tóquio pode ter gasto 2,14 trilhões de ienes (13,5 bilhões de dólares) em intervenções na sexta-feira da semana passada. Juntamente com o valor estimado gasto na quinta-feira, suspeita-se que o Japão tenha comprado quase 6 trilhões de ienes por meio de intervenção na semana passada.
“É importante que as taxas de câmbio se movimentem de forma estável, refletindo os fundamentos. A volatilidade excessiva é indesejável”, disse Hayashi em uma coletiva de imprensa regular antes da divulgação dos dados do Banco do Japão.
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“Observaremos atentamente a evolução das taxas de câmbio e estaremos prontos para tomar todas as medidas possíveis”, disse ele.
Hayashi se recusou a comentar quando perguntado se Tóquio interveio no mercado de câmbio para sustentar o iene por dois dias seguidos na semana passada.
Operadores suspeitam de intervenção no mercado para elevar o iene
As autoridades japonesas recentemente adotaram como prática padrão não confirmar se intervieram ou não no mercado de moedas.
Porém, os operadores suspeitam que Tóquio interveio no mercado para elevar uma moeda que está definhando nas mínimas de 38 anos, uma vez na quinta-feira, depois que um relatório de inflação dos Estados Unidos (EUA) mais frio do que o esperado provocou um salto no iene, e novamente na sexta-feira.
O iene subiu 3% em relação ao dólar, para 157,40, após a suspeita de intervenção na quinta-feira. Mas perdeu a maior parte de seu terreno e ficou em 158,45 nesta terça-feira, não muito longe da marca de 160, vista como a linha vermelha das autoridades japonesas para a intervenção cambial.
Alguns analistas veem semelhanças entre a suspeita de intervenção da semana passada e a de 1º de maio, quando os comentários mais lenientes com a inflação do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, pesaram sobre o dólar.