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Japão busca liberação de reservas de petróleo após pedido dos EUA, dizem fontes

22 nov 2021, 9:32 - atualizado em 22 nov 2021, 9:32
Uma das fontes disse que o governo está planejando liberar parte dos estoques controlados pelo Estado fora do valor mínimo exigido como uma solução legal (Imagem: pixabay)

Autoridades japonesas estão trabalhando em maneiras de contornar as restrições à liberação de reservas nacionais de petróleo em conjunto com outras grandes economias para reduzir os preços, disseram à Reuters quatro fontes do governo com conhecimento dos planos.

Embora o primeiro-ministro Fumio Kishida tenha sinalizado no fim de semana sua prontidão após um pedido de Washington, o quarto maior comprador de petróleo do mundo tem restrições sobre como pode agir com suas reservas –compostas por estoques privados e públicos– que normalmente só podem ser usadas em tempos de escassez.

Uma das fontes disse que o governo está planejando liberar parte dos estoques controlados pelo Estado fora do valor mínimo exigido como uma solução legal.

Autoridades também estão analisando os estoques privados que fazem parte da reserva nacional, os quais alguns assessores argumentam que podem ser liberados sem restrições, afirmou uma segunda fonte.

“Não temos escolha a não ser buscar algo”, após um pedido dos Estados Unidos, disse uma terceira fonte à Reuters. Todas as fontes não quiseram ser identificadas porque o plano não foi divulgado.

O secretário-chefe de gabinete, Hirokazu Matsuno, disse nesta segunda-feira que nada foi decidido, enquanto Kishida afirmou no sábado que o governo estava considerando o que poderia fazer legalmente.

“Teríamos que mudar nossa lei e isso levaria tempo. Mas alguns argumentam que os estoques privados podem ser liberados”, declarou a segunda fonte.

Os traders disseram que não receberam notificações de licitação.

As empresas privadas japonesas, incluindo refinarias, detêm cerca de 175 milhões de barris de petróleo e derivados como parte da Reserva Estratégica de Petróleo (SPR), o suficiente para o consumo de cerca de 90 dias, de acordo com a agência estatal Jogmec, que administra o SPR e lida com as liberações.

As reservas das empresas petrolíferas foram exploradas durante a Guerra do Golfo de 1991 e após os desastres do terremoto e tsunami de 2011.

A parcela do Estado na SPR nunca foi usada e o Japão tem um nível “absurdo” de estoque de petróleo em mãos, segundo Fereidun Fesharaki, presidente da Facts Global Energy.