Japão amplia restrições da Covid-19 ao ver disparada de casos lotar hospitais
O Japão decidiu nesta quinta-feira ampliar suas restrições de emergência contra a Covid-19 para cobrir mais de 70% da população, já que uma disparada recorde de casos sobrecarregou hospitais na sede olímpica Tóquio e em outras partes do país.
O Japão tem evitado os surtos explosivos vistos em outros locais, mas as infecções estão aumentando rapidamente e os casos novos atingem altas recordes em Tóquio, ofuscando a Olimpíada de 23 de julho a 8 de agosto e aumentando os questionamentos sobre a reação do primeiro-ministro Yoshihide Suga à pandemia.
Suga anunciou as novas medidas –que são majoritariamente voluntárias, ao contrário dos lockdowns rígidos no exterior– no momento em que os casos novos diários de Tóquio atingiram um recorde de 5.042.
No país, os casos novos passaram de 15 mil pela primeira vez, e conselheiros médicos da capital disseram que a cifra da cidade pode dobrar em duas semanas, noticiou a emissora pública de televisão NHK.
“A situação local (nos hospitais) é extremamente grave”, disse o ministro da Economia, Yasutoshi Nishimura, a uma comissão de especialistas antes do anúncio formal de Suga, acrescentando que os casos graves dobraram nas últimas duas semanas.
A comissão aprovou a proposta de declarar “quase-emergências” em mais oito das 47 prefeituras japonesas, mas Nishimura disse em uma coletiva de imprensa que alguns membros disseram que a situação é grave o suficiente para se exigir uma emergência de âmbito nacional.
Suga disse aos repórteres que o governo “não está cogitando isto agora” e que se concentrará em áreas de surtos.
Seis prefeituras, incluindo Tóquio, já estão sujeitas a estados de emergência plena que vigorarão até 31 de agosto, e outras cinco têm diretivas menos rigorosas, o que significa que pouco mais de metade da população está coberta por algumas restrições.
Ultimamente, os dois tipos de restrições se concentram em pedir que restaurantes fechem cedo e parem de servir álcool e solicitar às pessoas que fiquem em casa tanto quanto possível. Nesta quinta-feira, o premiê também pediu aos cidadãos para evitarem viajar durante as férias de verão.
Com as medidas mais recentes, que entram em vigor no domingo, mais de 70% dos japoneses estarão sob alguma forma de restrição.
As críticas a Suga, cuja aprovação já atinge baixas recordes, estão aumentando devido à maneira como ele lida com a pandemia.
O governo diz que a Olimpíada não é responsável pela disparada recente, mas especialistas dizem que realizar os Jogos agora envia uma mensagem confusa a um público já cansado no que diz respeito à exigência de permanecer em casa.