Jalles Machado (JALL3): XP vê avanço de 117% no lucro do 4T24 e cenário desanimador para safra 24/25; entenda
A XP Investimentos projeta números sólidos para o quarto trimestre da safra 2023/2024 (4T24) da Jalles Machado (JALL3), com um incremento de 117% no lucro líquido da companhia na comparação ano a ano, passando de R$ 152 milhões no 4T23 para R$ 329 milhões no 4T24. Quanto ao Ebitda Ajustado, a corretora projeta um aumento de 15%, para R$ 1,053 bilhão.
De acordo com a XP, a estratégia da empresa de adiar suas vendas de etanol, com quase 50% da comercialização ocorrendo no quarto trimestre, foi uma decisão acertada por conta dos melhores preços da entressafra, com a companhia se beneficiando dos preços mais fortes do açúcar, travados em R$ 2.521 por tonelada.
No mês de abril, em entrevista ao Money Times, CFO da Jalles Machado confirmou que 85% da capacidade da empresa para produção de açúcar no ciclo 24/25 já tiveram seus preços fixados no valor de R$ 2421 por tonelada.
Para a XP, embora os fortes resultados do 4T24, já esperados pelo mercado, o foco agora será a divulgação, prevista para 19 de junho, do guidance anual da empresa, que será visto pelo mercado como um bom indicador para a safra brasileira.
Sendo assim, apesar de enxergar um valuation atrativo, com a companhia negociando em 4,1x EV/EBITDA para 2024/25, a XP não vê catalisadores no curto prazo, já que as perspectivas apontam para um cenário desanimador no que se refere ao açúcar e etanol.
Momento desanimador para o açúcar e o etanol
As colheitas de cana-de-açúcar da Ásia, com destaque para Índia e Tailândia, foram melhores do que o esperado, o que ajudou a pressionar para baixo os preços do açúcar, enquanto o mercado não desconsidera exportações potenciais da Índia após as eleições, que devem ser concluídas na próxima semana.
Além disso, as agências do setor divulgaram recentemente suas expectativas em relação à safra 24/25 brasileira, que ficou acima das estimativas do mercado, pressionando também os preços. A Conab prevê uma safra de cana em 685,86 milhões de toneladas, queda de 3,8% ante ao ciclo passado, que foi recorde.
O histórico da São Martinho, junto com a conferência de resultados do quarto trimestre, fornecem insights sólidos para a safra brasileira, geralmente sendo um catalisador para os preços do açúcar.
Quando se fala de etanol, por outro lado, a XP acredita que os fundamentos apontam para uma tendência descendente nos preços de curto prazo, uma vez que a demanda permanece fraca quando comparado ao nível de estoques, enquanto o início da temporada de moagem é mais voltada para etanol.
A XP recomenda compra para ação, com preço-alvo de R$ 12,40, e potencial de alta de 81,29%.