Jackson Hole: entenda por que o evento é tão importante para o mercado
Nos próximos dias, a pequena cidade americana de Moran, no Wyoming, será palco de um dos principais eventos da economia: o Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole.
O evento recebe o nome do vale onde Moran está localizada e entre quinta-feira e sábado (25, 26 e 27 de agosto) receberá presidentes dos principais bancos centrais do mundo. Além disso, também contará com a presença de economistas, políticos e empresários.
Na ocasião, serão discutidas as políticas econômicas adotadas por banqueiros centrais e os rumos da economia global. Temas em voga no momento, como inflação e recessão, também serão destaque.
Tradicionalmente, o discurso mais esperado é sempre o do presidente do Federal Reserve. E é aí que Jerome Powell entra em cena.
Neste ano, Powell deve sinalizar se o ciclo de aperto monetário do Fed segue e por quanto tempo os juros devem se manter em um patamar elevado. No mês passado, o Fed promoveu uma alta de 0,75 ponto porcentual (pp) na taxa de juros dos Estados Unidos.
E o mercado projeta outros dois reajustes para setembro e dezembro. A dúvida é em relação à magnitude.
Com isso, o seu discurso de Powell, marcado para sexta-feira (26), pode calibrar as expectativas em relação a novas altas nos chamados Fed Funds.
Por que ficar de olho no Jackson Hole?
O simpósio entrou para o calendário econômico em 1978, após ser criado pelo Fed de Kansas City. À época, o objetivo do evento era discutir o papel da política monetária no desenvolvimento agrícola.
As primeiras edições, inclusive, foram realizadas em Kansas City. O evento só foi para Jackson Hole em 1982 e se tornou mais popular à medida que antecipava assuntos capazes de movimentar os mercados.
Em 2007, por exemplo, o tema “Habitação, Financiamento Habitacional e Política Monetária”. Na época, os participantes não se empolgaram. Mas, no ano seguinte, a bolha imobiliária do subprime estourou nos EUA.
Além disso, em 2012, o então presidente do Fed Ben Bernanke aproveitou o evento para anunciar a terceira rodada do seu programa de flexibilização quantitativa (QE, na sigla em inglês). Jackson Hole também foi palco para Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu, anunciar as bases de uma expansão nos moldes do QE, porém na zona do euro.
O que esperar
Para Alex Lima, estrategista-chefe da Guide Investimentos, há um certo consenso que Powell deverá ter um discurso mais duro em Jackson Hole.
“Depois da má performance na entrevista coletiva de julho e dos subsequentes remendos no discurso que diversos membros do FOMC fizeram na semana seguinte, a mensagem deveria ser cristalina”, diz em relatório.
Para ele, o Fed também deve enfatizar o compromisso com a estabilidade de preços, combatendo a alta da inflação, ainda que sob o risco de recessão. Além disso, o mercado pode ver falas sobre a permanência de uma política monetária restritiva, sem estímulos.
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Já o Bank of America projeta que o presidente do Fed vai falar sobre um ritmo mais lento do ciclo de altas de juros, sendo que em setembro o Fed deve promover uma nova alta menor, de 0,50 pp. O banco prevê um ajuste adicional de 0,25 pp em dezembro, elevando a taxa para o patamar de 3,50%-3,75% até o fim do ano.
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