Já pensou em ter um criptoativo grau de investimento? Isso já é possível
A Morningstar, uma das maiores empresas de dados e análise sobre o mercado financeiro, irá entrar no mercado de criptoativos para sanar uma das maiores preocupações dos investidores: a confiabilidade.
Por meio da divisão Morningstar Credit Ratings, a agência pretende começar a avaliar a qualidade de cada um deles, aponta uma reportagem da Forbes. Normalmente, a empresa utiliza o formato de uma a cinco estrelas para avaliar os produtos financeiros.
Apesar de estar no mercado há apenas três anos, a divisão de rating já conseguiu gerar mais de um US$ 1 bilhão em receitas em 2018. Em comparação, a Fitch Ratings, a terceira maior agência de rating, atrás da S&P e Moody’s, gerou US$ 1,7 bilhão receitas no mesmo ano.
Agora, a Morningstar quer se colocar no mercado de blockchain em uma tentativa de desfalcar as grandes agências de rating na indústria crescente de criptoativos.
Enquanto S&P, Moody’s e Fitch manifestaram seu interesse nessa nova classe de ativos digitais, a Morningstar quer ser a primeira a estabelecer sua marca na indústria de blockchain.
“Estamos trabalhando em conjunto com empresas com foco em blockchain que estão interessadas em disponibilizar títulos de dívida no blockchain. Estamos pesquisando sobre como podemos disponibilizar pareceres de crédito, caso seja uma avaliação de risco de crédito ou diferentes tipos de dados ou análises de crédito que acompanhem esses títulos de dívida. Também procuraremos disponibilizar nossos serviços em um blockchain”, contou Michael Brawer, diretor de operações da empresa em entrevista à Forbes.
A Morningstar já possui experiência com empresas de blockchain.
Em setembro de 2018, a empresa foi contatada pela startup de tecnologia financeira Figure, com sede em São Francisco. Ela disponibiliza soluções de empréstimo de hipotecas.
Desde então, a Morningstar Credit Ratings trabalhou com outras empresas que usam a tecnologia blockchain.
Novos criptoativos
A Morningstar também está trabalhando em duas ofertas que envolvem avaliação de títulos de dívida no blockchain.
A primeira irá focar na disponibilização dos títulos de dívidas no blockchain da Ethereum (e depois em outros blockchains) usando oráculos. Eles possibilitam o tráfego de dados de forma segura em um blockchain para certificar que a informação incluída não seja a alterada. Isso possibilita que os oráculos sejam utilizados em contratos inteligentes.
Essa tecnologia permitiria que as empresas tokenizassem partes de seu negócio e para vendê-los a investidores com a classificação de créditos da Morningstar que “mora” no blockchain em conjunto com os termos de contratos (inteligentes) de investimento.
“Nos referimos [a essa tecnologia] como um oráculo de avaliação de risco que viria diretamente de fontes externas, assim como nós, e dizer, às partes interessadas, qual o nosso parecer em relação à confiabilidade de uma determinada emissão”, contou Brawer à Forbes.
A segunda oferta envolve tornar o modelo de avaliação da Morningstar disponível em um blockchain para permitir que os próprios investidores determinem a confiabilidade do crédito em um título de dívida (por uma taxa).
“O objetivo seria dar acesso aos investidores a um título de dívida digital para conseguirem administrar um modelo externo e independente e ver os resultados desse modelo no blockchain”, afirmou Brawer.