Com estoques entrando no jogo, etanol fica mais cobiçado na usina com aumento da gasolina
O aumento de 4% na gasolina a partir da quinta cai como uma luva para as fabricantes de etanol hidratado. Já estava competitivo, mesmo vindo de altas na originação e nas bombas, contando a favor produção quase cessando e os estoques entrando no mercado como regulador da oferta e demanda, como inclusive Money Times relatou dia 23.
Houve até uma pequena queda nas vendas das usinas e destilarias na primeira quinzena de novembro, pelos dados da Unica, entidade que rege o setor no Centro-Sul, mas o corte de produção foi maior ainda.
Martinho Ono, CEO da SCA Trading, contabilizando por dias úteis, registrou vendas de outubro em torno de 89 milhões de litros por dia. Neste mês, a média caiu um pouco para 88 milhões/l, considerada pequena para um período com feriado.
Nos primeiros 15 dias do mês, as distribuidoras compraram 790,79 milhões/l, 17,6% sobre o mesmo tempo de 2019, pelo relatório da Unica.
O peso de fabricação menor de etanol na primeira quinzena (22,41%, totalizando 680,91 milhões/l), que certamente avançou para a quinzena atual, foi mais sentido para as distribuidoras seguirem aceitando as altas na usina.
Os estoques vão ter que entrar no jogo do mercado agora, avalia Ono.
Mais ainda, lembra, por sua vez, Paulo Strini, trader do Grupo Triex, com a entressafra mais longa. Contando com o que ele calcula em apenas 16 milhões de toneladas de cana ainda para ser colhidas e o próximo ciclo alongando seu início em 2021, no Centro-Sul (oficialmente a safra começa em 1º de abril), os agentes já estariam em movimento quase defensivo.
A sequência do calendário promete ser boa para o setor produtivo, acreditam os dois experts de mercado.