Mercados

JP Morgan: Veja as 15 recomendações de ações no Brasil

13 maio 2019, 15:26 - atualizado em 13 maio 2019, 19:16
Banco americano divulgou relatório rebaixando a recomendação para ações do México, de Neutro para Underweight

Por Arena do Pavini

O banco americano J.P. Morgan divulgou relatório hoje para os investidores rebaixando a recomendação para ações do México, de Neutro para Underweight (abaixo da média de mercado, ou vender). Ao mesmo tempo, o banco aumentou a recomendação overweight (acima da média de mercado, ou comprar) para ações da Colômbia e reafirmou que o mercado brasileiro é seu preferido na América Latina.

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Com isso, hoje as recomendações do banco na América Latina são de comprar mais (Overweight, ou OW) para Brasil e Colômbia e reduzir posições (Underweight, ou UW) para México e Peru. O banco não tem exposição na Argentina devido à situação delicada de sua economia.

Segundo o J.P. Morgan, a redução da recomendação para ações no México tem três razões principais. O México superou o acumulado no ano passado e os investidores ainda continuar sobrecomprados.

Além disso, os estrategistas do banco rebaixaram recentemente o peso mexicano para abaixo da média de mercado (underweight também), um pilar fundamental do relativo conforto do banco com o México até agora. O terceiro motivo é uma baixa temporada de ganhos das empresas, o que deve impulsionar as expectativas de lucros menores.

Além desses três pilares, há questões pendentes no horizonte que fazem com que os riscos sejam assimétricos (pequenos ganhos para risco de perdas elevadas): baixo crescimento (e queda no crescimento potencial) e inflação persistente, o rebaixamento da nota de crédito da petroleira Pemex, e as discussões do acordo comercial com os EUA e Canadá (USMCA).

O J.P. reduziu sua exposição ao México removendo da carteira as ações da Femsa e da Mexichem, mas adicionamos a Walmex, pois a empresa proporciona melhor visibilidade de ganhos e exposição ao consumo, que é o tema principal do mercado mexicano atualmente.

O banco está aproveitando as quedas na Colômbia para comprar e aumentar a exposição, movimento que vem sendo feito desde o início do ano. O J.P. usou o recente recuo nas ações e do peso colombiano para adicionar novas ações.

A análise de mercado com base no cenário macroeconômico, e a partir dele definindo os melhores setores e empresas para comprar, mostra um ambiente ainda construtivo, beneficiado ainda pelos preços altos do petróleo.

Especificamente, o banco adicionou em sua carteira a Ecopetrol, mais do que uma compensação pela pequena posição na Exito, apoiada pela esperada reestruturação corporativa do francês Casino na América Latina.

Segundo o J.P. Morgan, o mercado brasileiro vem negociando de lado, em função das incertezas relacionadas à reforma previdenciária

Brasil é o preferido na América Latina

Sobre o Brasil, o país é o preferido do J.P. Mogan no momento. Os setores com melhor potencial, segundo o banco, são Finanças e Energia, ou petróleo, “nossos setores preferidos”, diz o banco.

Segundo o J.P. Morgan, o mercado brasileiro vem negociando de lado, em função das incertezas relacionadas à reforma previdenciária. “Acreditamos que as reformas estão melhorando na margem, com o Presidente Bolsonaro mais envolvido no processo, o que permite um melhor cumprimento do cronograma e mais apoio popular”, diz o banco.

Ainda assim, o J.P. acredita que o mercado permanecerá de lado, pelo menos por mais seis semanas, até que haja uma visão muito mais clara sobre o tempo de aprovação e o conteúdo que será alterado pelo Congresso da reforma. A indefinição também atinge a atividade econômica, que permanece fraca.

O banco diz que gosta das grandes empresas mais líquidas, as blue chips, que estão ficando atrás das menores, as small caps, no acumulado do ano. As grandes empresas tendem a se beneficiar de mais fluxos, uma vez que a visibilidade do mercado brasileiro vai melhorar com a aprovação da Previdência.

Energia e Finanças são os veículos para aproveitar esse movimento, diz o J.P. Morgan. As mudanças de portfólio no Brasil refletem principalmente a troca de ações que não estão indo muito bem ou não têm catalisadores claros (Randon, Tim, Equatorial, todos antes classificados como OW) por aqueles papéis com maior potencial, como Azul, Cemig e IRB. Para manter a alocação em finanças, o J.P. Morgan trocou Itausa por Itaú.

Papéis indicados no Brasil

A carteira do J.P. Morgan no Brasil inclui:

Azul (AZUL4), B3 (B3SA3), Bradesco PN (BBDC4) (9% do portfolio),

Pão de Açúcar (PCAR4), Cemig (CMIG4), Cyrela (CYRE3), Gerdau (GGBR4), IRB (IBRB3), Itaú Unibanco (ITUB4) (11% do portfolio),

JBS (JBSS3), Localiza (RENT3), Lojas Renner (LREN3), Petrobras ON (PETR4) (11% do Portfolio), Rumo (RAIL3) e Vale (VALE5) (6% do porftolio).

Os pesos reforçam a aposta nas blue chips.

O cenário político está ficando cada vez mais turbulento, com a oposição ao presidente Maurício Macri ganhando espaço em várias pesquisas (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Longe da Argentina

O banco diz também que está ficando longe da Argentina. Chile e o Peru são menos atrativos por possuírem poucas ações com boas opções, considerando a análise “top dow” (do macro para o micro).

O J.P. continua fora da Argentina mesmo antes das mudanças no índice referencial internacional MSCI no fim do mês. O cenário político está ficando cada vez mais turbulento, com a oposição ao presidente Maurício Macri ganhando espaço em várias pesquisas, ao mesmo tempo em que a economia continua a sofrer com o baixo crescimento e alta inflação à medida que o peso argentino se enfraquece.

A história chilena, por sua vez, tem sido desafiada por números de atividade fracos, ao mesmo tempo em que as opções de empresas são poucas. Já a visão sobre o Peru é centrada na Credicrop, que o J.P. mantém no portfólio, mas com menos convicção do que antes.

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