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Ivan Sant’Anna: Os deuses vencidos

17 jul 2019, 13:32 - atualizado em 17 jul 2019, 13:32

Por Ivan Sant’Anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Caro leitor,

Nos últimos dias, a imprensa vem dando conta de que o jogador de futebol Cafu, pentacampeão do mundo em 2002, está com dificuldades financeiras. Segundo a Folha de S.Paulo, dos vinte imóveis que possui, deverá perder cinco e ter o restante penhorado.

Não sei, nem quero saber, os detalhes da vida pessoal do lateral direito do Milan, do Roma (além de outros clubes) e da seleção brasileira, mas faço uma ideia de quanto pode ter ganho no futebol.

Embora não tenha sido uma megaestrela como Messi, Cristiano Ronaldo e Ronaldo Fenômeno, Cafu foi titular absoluto, e um dos jogadores mais celebrados, das duas esquadras italianas acima citadas.

Por baixo, muito por baixo, calculo que deve ter tido um salário médio de uns 200 mil euros. Isso acumulado em 11 anos, que foi o seu tempo decalcio, mais o que recebeu jogando no Brasil e participando de campanhas publicitárias, deve somar uns 30 milhões de euros.

Que lhe escorreram pelos dedos, a se julgar pelo noticiário.

Com o bicampeão de Fórmula 1, e também bi das 500 milhas de Indianápolis, Emerson Fittipaldi, aconteceu a mesma coisa. Perdeu nos negócios a fortuna que acumulou nas pistas.

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Mike Tyson chegou a ganhar 30 milhões de dólares numa única luta. Com o dinheiro que juntou nos ringues, adquiriu mansões em Ohio, Phoenix e Las Vegas. Sua frota de carros incluía exemplares de Bentley, Lamborghini, Rolls-Royce, Jaguar, Aston Martin e Ferrari.

Pois bem, foi tudo pelo ralo. Assim como foi para Michael Jackson, que morreu devendo os tubos. Felizmente, para os herdeiros, os shows e as músicas do falecido não param de ser exibidos e a grana está sendo recuperada pelo espólio. Recentemente, a Sony pagou 250 milhões de dólares aos filhos: Paris, Prince I e Prince II.

Não há fortuna no mundo que não possa virar pó, seja em maus investimentos, seja em gastos inconsequentes.

Para o pessoal que vem de infância pobre, e chega à riqueza despreparado, há uma série de defesas compulsórias. Preste atenção, amigo leitor: “compulsórias”. Elas são impostas aos beneficiários.

Diversos times americanos de basquete, futebol (o deles), beisebol e hóquei no gelo, ao invés de pagarem os salários de seus atletas apenas em cash, convertem parte desse capital em renda vitalícia, com desbloqueios prefixados.

Nos meios publicitários, ocorre a mesma coisa. A Nike garante a Michael Jordan, Ronaldo Fenômeno, LeBron James e Cristiano Ronaldo um milhão de dólares por ano até o último dia da vida de cada um deles.

Quem sabe no dia 5 de fevereiro de 2080, quando CR7 completar 95 anos, esse milhão anual seja sua única renda.

Em 1972, quando a loteria esportiva representava o que a mega-sena significa hoje, um jovem, Eduardo Varela, o Dudu da Loteca, ganhou sozinho um dos concursos.

Ficou milionário num piscar de olhos, graças, quem sabe, a algum pênalti que determinado juiz assinalou erradamente, naqueles tempos pré-VAR.

Ao invés de entregar sua fortuna a um gestor profissional, Dudu resolveu ser empresário do setor hoteleiro.

Perdeu tudo.

Por essas e outras razões, as grandes loterias americanas parcelam prêmios que podem chegar a centenas de milhões de dólares (o recorde é US$ 1,586 bilhão). Supondo que o felizardo ganhador viva ainda 80 anos, e mesmo que o dinheiro seja aplicado em títulos do Tesouro americano, ele poderá retirar mais de um milhão e meio de dólares por mês. Sim, por mês, não aquela merreca do Jordan, do Fenômeno, do LeBron e do Cristiano Ronaldo.

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